Vista do centro de Maringá: prefeitura desapropriou quase 1 milhão de metros quadrados para um novo distrito industrial que poderá receber 160 empresas| Foto: Fábio Dias/Gazeta do Povo

Para atender à demanda, cidades da região Oeste criam distritos industriais

Para atender à alta demanda de empresa por terrenos, alguns municípios da região Oeste estão apostando na criação de lotes voltados para indústrias. Em Cas­cavel, a procura levou a prefeitura a criar um espaço com 324 mil metros quadrados. A área, em frente ao terminal da Ferroeste, já pertencia ao município e não houve necessidade de desapropriação.

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Cardoso espera há três anos por um terreno para ampliar sua empresa
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As duas maiores cidades do interior do estado estão com problemas para acomodar novas indústrias. Em Maringá, no Noroeste, a falta de espaços para criação de parques industriais forçou a prefeitura a adotar um método alternativo: buscar interessados em vender terrenos para o município. Em Londrina, no Norte, o que falta não é terreno, e sim espaços apropriados para a instalação de empresas de médio e grande porte.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de Maringá, Valter Viana, a desapropriação de terrenos não tem resolvido o problema, já que questões burocráticas e a morosidade da Justiça têm atrasado o processo. Em dezembro de 2010, a prefeitura publicou um decreto desapropriando uma área de 999 mil metros quadrados, destinada à criação de 160 lotes para empresas. Mas as obras do novo parque ainda não começaram porque a Justiça ainda não definiu a indenização que será paga aos proprietários.

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Enquanto isso, cerca de 200 empresas esperam uma oportunidade de se instalar no município ou ampliar seus negócios. "O investidor pode ter R$ 1 milhão para aumentar a capacidade de sua empresa, mas não tem espaço. E o alto preço dos terrenos muitas vezes inviabiliza o negócio. Por isso, a prefeitura dá subsídio na compra do imóvel, facilitando a vida do investidor", dis Viana.

Entre as que aguardam a liberação de um terreno estão empresas do setor alimentício, de confecção, indústria metal-mecânica e informática. Um dos estabelecimentos é a distribuidora de carnes Porco Branco. O diretor-presidente da empresa, Luiz Carlos Cardoso, aguarda a liberação de um terreno há três anos. "Preciso de mais espaço para industrializar a empresa, contratar mais funcionários e agregar mais valor. E não estou pedindo isso de graça", queixa-se o empresário, que prevê uma elevação de 30% no faturamento com a nova unidade.

Outro que aguarda um terreno é o gerente geral da rede supermercadista 100% Mais, Gilmar Maniuq Peres. A empresa precisa de um espaço para construir um centro de distribuição, que vai atender às 21 unidades espalhadas por 13 cidades da região. O atual centro funciona em um prédio alugado. "A oferta de terrenos com incentivos da prefeitura é indispensável. Isso vai gerar mais tributos ao município e mais emprego", afirma Peres.

Londrina

Segundo o coordenador local da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Clóvis Coelho, Londrina carece de infraestrutura e um parque que possa comportar indústrias de médio e grande porte. Hoje, diz, a cidade só consegue receber indústrias que tenham um cronograma maior para implantação. "Se o empresário precisar de um barracão de cinco mil metros quadrados ou mais para se instalar imediatamente, ele não encontrará, porque não existe."

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Londrina tem quase quatro mil indústrias, parte delas distribuída em oito parques industriais. Facilidades para aquisição de terreno ou até doação de áreas é uma das principais vantagens encontradas pelas empresas que ali procuram se instalar. Mas não falta só terreno, avalia Coelho. "O que faz a diferença é infraestrutura: asfalto, luz, água em abundância e energias alternativas, como gás e biomassa."