• Carregando...

Rio de Janeiro – Os anúncios são de encher os olhos (e os ouvidos), mas nem sempre aquilo que se vende corresponde à realidade. Conexão à internet ainda é um assunto delicado, principalmente porque as tarifas ainda não são as ideais e, muitas vezes, as operadoras enfiam os pés pelas mãos: em busca de clientes vendem o que não têm ou não dão conta do que vendem.

Resultado: contratempos. O estudante Davi Souza, por exemplo, ficou empolgado quando viu o anúncio das novas velocidades de sua operadora de banda larga. Ele pagava cerca de R$ 90 mensais pelo acesso a 600 Kbps e decidiu migrar para o plano de 1 Mbps. Procurou a empresa para aumentar a velocidade pagando menos (R$62,90). Durante 20 dias, conta Davi, ele tentou contato. Não conseguiu. Uma mensagem automática dizia que a operadora estava efetuando uma "manutenção emergencial e que o cliente deveria tentar novamente em duas horas". Mas as duas horas multiplicavam-se...

Depois de 20 dias, o cliente fez um caminho diferente: ligou para a central de novos assinantes. Lá, conseguiu convencer a atendente a transferi-lo para o setor que providenciasse o upgrade. Foi atendido de imediato e a conexão foi alterada para 1 Mb em menos de 24 horas. "Fica a clara sensação de que eles simplesmente bloquearam a via de comunicação normal dos antigos assinantes", diz.

A via-crúcis enfrentada por Davi é semelhante à de muitos outros que, assim como ele, querem turbinar a conexão mas não conseguem o upgrade. Neste ponto, vale ressaltar que a concorrência está acirrada e praticamente todas as operadoras oferecem acesso em altas velocidades. A Net/Vírtua lançou o serviço Mega Flash, com velocidades de 2 Mbps, 4 Mbps e 8 Mbps para download (recebimento) e 300 Kbps, 600 Kbps e 600 Kbps para upload (envio). Além disso, não é preciso mais ser cliente da Net (TV por assinatura) para contratar a banda larga.

Só para deixar claro: o acesso do Mega Flash é feito via cable modem (veja box) – a estrutura usada é a do cabo e há necessidade de autenticação via provedor. Neste caso, o cliente pode escolher o provedor. O Vírtua lançou, para ajudar, um provedor de acesso gratuito.

A promoção da Net seduziu o engenheiro André Costa. Cliente do acesso de 128 Kbps do Vírtua (por R$ 49), André hoje tem 650 Kbps para download e 250 Kbps para upload. Mas a migração não foi fácil. Decidido a mudar de plano, ele pediu à operadora para pagar o preço de novos assinantes. O problema é que seu provedor não aceitava o aumento de banda (teve de trocá-lo). Além disso, a atendente não oferecia uma tabela que explicasse o quanto ele devia pagar pela migração. "Normalmente, clientes antigos são deixados em segundo plano. As promoções de preços e novas funcionalidades valem apenas para novos assinantes. Tive que ouvir isso algumas vezes", diz.

Segundo Rogério Passy, diretor do MLS, os provedores de acesso vendem errado as velocidades de conexão. "As operadoras só prometem 10% da velocidade que vendem. Quem contratar, por exemplo, 2 Mbps, pode se surpreender ao constatar que na verdade sua velocidade é de 200 Kbps em alguns momentos", diz. "Alta velocidade é um nome de fantasia. Se você medir nunca vai chegar ao que contrata. O custo de backbone para estas velocidades é muito alto."

Não à toa, tem gente correndo atrás de outras opções de acesso. Os provedores de internet a rádio, por exemplo, lutam para conquistar uma fatia de mercado que inclua moradores de locais não atendidos pelas "operadoras-padrão" e/ou aqueles que desejam maior velocidade e acesso bidirecional (mesma velocidade para download e upload).

Opções

O carioca Paulo Afonso Teixeira é um feliz usuário de internet a rádio. No Rio de Janeiro, usa Vírtua, mas para a casa de veraneio em Iguabinha contratou o acesso via rádio da Iguaba Psi. "De início tive algumas interrupções no serviço, mas hoje está bom. Optei por 128 Kbps e pago R$ 64,40 por mês. É caro, em comparação com os preços praticados pelas bandas largas comuns, mas já houve redução de preço."

Além disso, internet discada ainda é usada por mais de 40% dos internautas do país. Dos provedores de acesso discado, iBest e iG são responsáveis por 60% da minutagem total, ou seja, são os campeões de acesso. "A internet discada não morreu", diz Luiz Antônio Braga, diretor comercial do provedor Infolink, que trabalha com internet discada e também banda larga.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]