O resultado da política de intervenção oficial na Argentina é visível na mesa e nos mercados do país.

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O preço de um corte médio, como o contra filé, ao consumidor não custa menos que 40 pesos, enquanto o produtor recebe apenas 16,33 pesos por quilo. De cada 100 quilos de carne bovina produzida, 93 são destinados ao abastecimento doméstico e apenas sete, à exportação.

"Esta relação é a mais baixa de todos os tempos", diz Arturo Llavallol, diretor do Instituto de Promoção de Carne Bovina. Até 2006, a Argentina exportava entre 15% a 20% de sua produção, e até 85% eram consumidos internamente. Nesse intervalo, a Argentina caiu do terceiro lugar no ranking de exportadores de carne, quando exportava cerca de 700 mil toneladas por ano, para o 11.º posto, com vendas de apenas 160 mil toneladas anuais. Desde 2006, o país perdeu 10 milhões de cabeças de gado.

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Segundo a Fundação Pensar, a menor venda de carne implicou em uma entrada menor de divisas no país em torno de US$ 5 bilhões por ano. Para exportar carne, é necessária uma licença e o pagamento de 15% de retenção.

Para o presidente da Sociedade Rural da Argentina, Luis Miguel Etchevehere, o governo se apropria da renda agropecuária ao tirar o capital dos produtores. Com isso, diz ele, o governo contraria a política de defesa da mesa dos argentinos: não há produção suficiente de trigo; a carne é cara; 130 frigoríficos foram fechados e 13 mil trabalhadores estão desempregados.

A produção de leite é outra vítima da política kirchnerista, segundo Guillermo Giannasi, da Federação Agrária Argentina (FAA). "A produção é a mesma que há 14 anos, com a diferença que existem 6 mil fazendas produtoras a menos", disse ele. Desde 2008, o preço ao produtor aumentou 177%, enquanto ao consumidor o aumento foi de 321%.