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São Paulo – O ex-diretor do Banco Central Emílio Garófalo avalia que a tendência de valorização do real em relação ao dólar deve ser mantida até o final do ano, o que provavelmente deve levar a autoridade monetária a manter as intervenções quase diárias no mercado de câmbio. A contrapartida desta ação, segundo ele, é a manutenção do incremento das reservas internacionais em cerca de US$ 10 bilhões por mês, o que deve levar esta poupança externa para um patamar entre US$ 160 bilhões e US$ 170 bilhões até o final de 2007.

"A cotação pode bater em R$ 1,80 em algumas semanas, mas depois volta e pode ficar oscilando ao redor de R$ 1,90, quem sabe até um pouco mais próxima de R$ 1,95. Tudo depende do apetite de compra de dólares pelo Banco Central", afirmou.

Para Garófalo, há algumas medidas que o governo poderia adotar para conter a forte trajetória de apreciação do câmbio. "Uma delas seria firmar operações de Adiantamento sobre Contratos de Crédito (ACC) em reais, pois as empresas que fecham os ACCs recebem recursos em dólares, que podem ser negociados no Brasil e ajudam a elevar a oferta da moeda norte-americana no Brasil, o que valoriza o real", frisou.

O ex-diretor avalia que o apetite dos exportadores para fazer ACCs poderia diminuir com a redução do custo de financiamentos no mercado interno. "A queda das despesas relativas aos empréstimos bancários para companhias pode ocorrer por três vias: recuo da Selic, que ajudaria inclusive a baixar a inadimplência, redução da cunha fiscal e diminuição dos lucros dos bancos", frisou.

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