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Durou pouco o recorde de pessoas físicas interessadas no mercado de alto risco registrado em maio passado pela Bolsa de Valores de São Paulo (BMF/Bovespa). Em três meses, o número histórico (em torno de 638 mil investidores) caiu para 616 mil em agosto – patamar parecido ao de outubro de 2010, ano considerado ruim para o mercado de rendimentos variáveis no país. A certeza de que haveria queda pela frente já havia influenciado a Bovespa no dia 11, quando veio o anúncio de que a casa reformulará, em 2014, o índice que mede o desempenho do mercado.

INFOGRÁFICO: O número de pessoas que investem na Bovespa

Na conta da debandada do pequeno investidor, analistas destacam a influência do Ibovespa – puxado para baixo principalmente pelo mau desempenho da OGX, de Eike Batista. Entre maio e julho, o índice desceu uma ladeira que começou em 56.396 pontos, em 27 de maio, e chegou a 45.044 em 3 de julho. Desde então, o cenário vem sendo de recuperação (54.602 pontos ontem). Apesar de a própria bolsa admitir que o índice de 45 anos não representa a economia brasileira, o pequeno investidor não perde o costume de se fiar nele.

"O investidor tem de sair de uma empresa quando os resultados dela são ruins, não por causa dos papéis", afirma Mehanna Hamad Mehanna, da Toro Investimentos. Ele defende que o investidor precisa aprender a ler balanços em vez de se frustrar com o vaivém do mercado. "Essa incoerência criou a bolha da OGX. Houve uma época em que a empresa, que nunca teve resultados concretos, tinha valor de mercado superior ao da Natura", compara. A redução do peso da petrolífera no Ibovespa foi uma mudança prometida pela bolsa. Mehanna acredita que o temor é injustificado frente a indícios como a reação da economia chinesa e o aceno de que o banco central dos Estados Unidos (Fed) removerá gradualmente estímulos para a entrada de dinheiro no sistema financeiro americano.

O investidor medroso está perdendo oportunidades e dinheiro, diz Marcelo Torto, da Ativa Corretora. "Após os momentos turbulentos, surgiram oportunidades em empresas com boas perspectivas de longo prazo que estão sendo negociadas por valor bem abaixo do justo", conta. Possíveis exemplos disso são Banco do Brasil, Gerdau, Santander e Copel. Por outro lado, Torto cita a queda da Petrobras (PETR4), blue chip que tem sido prejudicada por medidas políticas para contenção de preços e da Vale, que sofreu com o potencial impacto da desaceleração chinesa.

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