Investidores vão à Justiça por perdas

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O mercado financeiro aguarda para segunda-feira a entrega de informações sobre o fundo de investimentos multimercado San Marino, gerido pela Global Invest Asset Management. A empresa curitibana foi citada pela Justiça carioca em ação cautelar movida por um grupo de dez investidores que sofreram perdas calculadas em mais de 30% do valor de suas cotas em maio deste ano.

O patrimônio líquido do fundo, que era de R$ 18 milhões em maio, seria hoje de R$ 300 mil. O advogado que representa os cotistas, Marcello Klug Vieira, diz suspeitar que a empresa tenha infringido a política de investimentos praticando excesso de alavancagem, estratégia de alto risco em que se aplica no mercado de futuros mais dinheiro do que se tem. "Apesar do período de crise no mercado financeiro, não houve oscilação que justifique essa perda", diz Vieira.

Ele quer primeiro confirmar se houve ilícito para depois entrar com ação indenizatória. Em maio, em um único dia, o fundo teria perdido cerca de 30% do patrimônio. No acumulado do ano, a perda seria de 86%.

No dia 23 de maio, a Global Invest publicou fato relevante no site da CVM, autarquia que regula o setor, caracterizando a volatilidade como transitória. No dia seguinte, suspendeu novas aplicações no San Marino.

A própria CVM investiga desde julho a atuação da Global Invest. Em outubro, foi a vez da Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid) retirar seu selo da Global Invest.

A advogada que representa a empresa, Carla Pedroza, informa que a Global não foi oficialmente citada. A administradora do fundo, a multinacional Mellon Serviços Financeiros, também foi citada para apresentar informações. Na semana passada, o advogado da empresa declarou que, se isso ocorresse, ela iria colaborar.Desde o início de novembro, a Mellon saiu da administração dos fundos San Marino e Lugano (que também teria registrado perdas). Eles passaram a ser administrados pela própria Global Invest.