Com investimentos e indústria em baixa, a economia encolheu no 2º trimestre, e as projeções agora apontam para crescimento perto de zero em 2014. O Produto Interno Bruto (PIB, renda total gerada no País) recuou 0,6% de abril a junho, na comparação com o 1º trimestre, revelou ontem o IBGE.
O instituto também revisou para baixo o resultado do 1º trimestre, de uma alta de 0,2% para um recuo de 0,2%. Com isso, o País teve dois trimestres seguidos negativos, o que caracteriza uma "recessão técnica". Para alguns especialistas, o termo recessão, embora esteja correto, é exagerado. E talvez fosse melhor falar em estagnação. Seja qual for a qualificação, o resultado piorou as expectativas para os desempenhos de 2014 e 2015 e entrou firme no debate eleitoral.
Após a divulgação do PIB, houve uma onda de revisões de projeções para o resultado do ano. Uma pesquisa feita à tarde pela Agência Estado mostra que a aposta média do mercado agora é de uma alta de 0,35% do PIB em 2014, menor resultado desde 2009, auge da crise global. Já há quem fale que a economia pode chegar ao fim do ano no zero a zero, com o mesmo tamanho do PIB de 2013. Se o resultado de 0,35% for confirmado, a média de crescimento do governo Dilma Rousseff ficaria em 1,6%, a pior desde o governo Fernando Collor (1990-1992).
A oposição atacou o governo. Aécio Neves (PSDB) criticou duramente o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmando que o modelo do governo petista fracassou. Marina Silva (PSB) afirmou que o País atravessa um momento grave, "em que há falta de confiança e de credibilidade".
Dilma classificou como "momentânea" a retração e disse esperar uma "grande recuperação" no segundo semestre. Assim como Mantega ela atribuiu o resultado ao excesso de feriados, por causa da Copa do Mundo, e à influência da economia internacional.
Quando se analisa em detalhes o resultado, pode-se observar um abatimento generalizado na economia. Os investimentos tiveram as maiores quedas desde a crise de 2008. O consumo das famílias teve o 43º trimestre seguido de alta, mas com redução no ritmo, de 2,2% no 1º trimestre para 1,2% no 2º. O PIB industrial recuou 3,4% em relação ao 2º trimestre de 2013, pior queda desde 2009. O PIB de serviços desacelerou para alta de 0,2%, menor avanço desde 2003.
A economia teve outra má notícia ontem, com a divulgação do desempenho ruim das contas públicas, o que eleva o risco de um rebaixamento da nota do Brasil pelas agências de classificação de crédito. Em relatório, a agência Fitch afirmou que o governo terá desafios importantes após as eleições.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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