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"Vendidos"

Bancos baixam apostas de queda do dólar

As apostas das instituições financeiras na queda do dólar em relação à moeda brasileira despencaram em agosto. Segundo o Banco Central, na última sexta-feira os bancos estavam "vendidos" em dólar em US$ 1,99 bilhão, valor que é considerado uma aposta contra a moeda americana. A especulação com a moeda é um dos principais fatores que influenciam as cotações e se tornou alvo do governo na tentativa de frear a desvalorização do dólar.

No fim de junho, esse valor estava em US$ 14,7 bilhões. No início de julho, o BC obrigou as instituições a reduzir essa posição para algo em torno de US$ 10 bilhões. No fim do mês, no entanto, o saldo já havia caído a US$ 6,3 bilhões, o que mostra que o efeito da medida do governo foi maior que o esperado.

O BC não comentou se o dado reflete uma maior apreensão das instituições com a possibilidade de que a crise provoque uma alta da moeda ou se isso se deve aos efeitos dessa e outras medidas anunciadas pelo governo para conter a queda do dólar.

Brasília - O Investimento Estrangeiro Direto (IED) somou US$ 5,971 bilhões em julho, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC). O valor é superior ao observado no mesmo mês do ano passado, quando o IED totalizava US$ 2,635 bilhões. De acordo com o BC, o crescimento do IED em julho é reflexo da compra de mais da metade da cervejaria Schin­cariol pela empresa japonesa Kirin, uma operação de R$ 3,95 bilhões.

Além do IED, o gasto dos turistas brasileiros também disparou em julho. No mês passado, a conta paga por turistas no exterior superou a receita obtida com estrangeiros no Brasil em US$ 1,7 bilhão, maior valor desde o início da série histórica do Banco Central, em 1947. Esse saldo negativo do turismo foi o principal componente do déficit das contas externas brasileiras, que somou US$ 3,49 bilhões em julho.

Dados do BC mostram que a conta paga pelos turistas em hotéis, restaurantes e lojas no exterior alcançou US$ 2,19 bilhões no mês passado, maior valor em 64 anos. O recorde, no entanto, já foi derrubado. Mesmo faltando oito dias para o fim do mês e sem férias dos estudantes, o extrato dessas despesas já soma US$ 2,28 bilhões em agosto, conforme dados atualizados até ontem.

Com essa evolução, o turismo deixou de ter papel secundário nas contas externas. No início da década, as viagens geravam déficits que respondiam por cerca de 10% do resultado total. Hoje, o quadro mudou. Em julho, a participação do turismo no resultado total alcançou 48,8%. Ou seja, quase metade de todo o déficit em transações correntes foi gerado por despesas como a compra do iPad, a conta do restaurante em Buenos Aires ou do hotel em Paris.

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