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O governo se mostrou aliviado com a recuperação dos investimentos no fim do ano passado. Mas os números do IBGE mostram que, embora o pior talvez já tenha passado, a situação está longe de entusiasmar.

O componente do PIB que mede os investimentos é a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Ela indica quanto foi gasto em construção, máquinas e outros bens duráveis (caminhões, por exemplo) destinados ao aumento da capacidade produtiva do país. Quanto mais alta a FBCF, maior é a chance de a economia crescer com solidez ao longo do tempo.

Em termos absolutos, a FBCF aumentou 0,5% na passagem do terceiro para o quarto trimestre e encerrou uma longa série de retrações. O problema é que, em termos relativos, a taxa de investimento piorou, e muito. Entre um trimestre e outro, caiu do equivalente a 18,7% do PIB para 17,4%, nível mais baixo desde meados de 2009. No acumulado do ano, o índice também regrediu três anos, passando de 19,3% em 2011 para 18,1% em 2012.

Perspectivas

Para se ter ideia, boa parte dos economistas defende que, para crescer 5% ao ano por um longo período, o Brasil teria de investir perto de 25% do PIB. Em países como Chile, Peru e Colômbia, as taxas têm superado os 27%, apesar da mesma crise internacional que, na visão do governo, inibiu os investimentos por aqui.

Para integrantes da equipe econômica, a retomada do fim de 2012 deve persistir em 2013. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse em nota que os investimentos tendem a ser impulsionados pelos estímulos introduzidos na economia e pela expectativa de que o PIB cresça bem mais neste ano.

Economistas do mercado foram um pouco mais cautelosos. A Rosenberg & Associados, por exemplo, afirmou que, "apesar de haver indícios de que o governo começa a alterar sua postura, o ambiente de negócios permanece adverso". Na avaliação da consultoria, a FBCF deve voltar a crescer, "ainda que pouco e, provavelmente, menos que o suficiente para compensar a queda de 2012".

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