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Confira a deflação do IPCA-15 em Curitiba |
Confira a deflação do IPCA-15 em Curitiba| Foto:

Dois indicadores divulgados ontem demonstraram a perda de fôlego da inflação no curto prazo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia do IPCA, índice de referência para a meta de inflação do governo, recuou para menos da metade: de 0,70% para 0,23%, de maio para junho – em Curitiba, chegou a registrar deflação (-0,02%). No mesmo período, a segunda prévia do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), indexador dos reajustes de aluguéis, saiu de uma elevação de 0,66% para uma queda de 0,21%. Apesar da deflação, analistas são quase unânimes em considerar que, no longo prazo, o avanço da inflação ainda é preocupante.

"Ainda não dá para relaxar. A inflação não está convergindo e acho que o Banco Central vai ter um pouco de trabalho para conseguir segurá-la", afirmou a economista da Mapfre Investimentos Helena Veronese. Para ela, a perda de força do IPCA-15 não pode ser interpretada como uma tendência capaz de garantir o controle da inflação. Em junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) au­­mentou pela quarta vez seguida a taxa básica de juros (Selic), de 12% para 12,25%, em mais uma tentativa do BC de conter o avanço da demanda e frear a elevação de preços no mercado interno.

A equipe da LCA Consultores esperava variação ainda menor para o IPCA-15 (alta de 0,13%) e prevê que o índice fechado do mês fique em 0,09% – bem abaixo do resultado de maio, de 0,47%. O relatório destaca a contribuição do grupo Transportes, que registrou queda de 0,73% no IPCA-15 de junho (-2,27% em Curitiba), e que deve aprofundar a deflação no fechamento do mês.

Para Thiago Curado, da consultoria Tendências, o IPCA deve terminar junho abaixo da taxa de maio (0,47%) e continuar a mostrar desaceleração em julho. Mas os dois resultados serão fortemente influenciados por aspectos pontuais, como o atual ambiente mais favorável nos preços de transportes – particularmente combustíveis – e de alimentos. A trégua na margem do IPCA-15 deve ser de curto prazo, na opinião do economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano. "Não há sinais muito evidentes de que isso possa ter trajetória duradoura. Há dispersão grande dos aumentos", diz. Ele destaca ainda a inflação de serviços que, em 12 meses, está em 8,60%, muito acima da meta. "Isso é sinal de que temos problema de pressão do ponto de vista de demanda, de mercado de trabalho extremamente apertado, reajustando salários e pressionando este segmento", avaliou.

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