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Curitiba teve a segunda maior alta na inflação medida pelo IPCA em março entre as 11 capitais pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atrás apenas de Fortaleza (Ceará). O aumento geral dos preços na cidade foi de 1,14%, mais do que a média nacional, de 0,79%. O índice foi afetado por reajustes de gastos importantes, como o do transporte público e da taxa de água e esgoto – ambos tiveram aumento acima da média do país. Alimentação, carnes, passagens aéreas e etanol também figuraram entre os itens que puxaram o IPCA na cidade.

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Usado como balizador das metas de inflação do governo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula, em 12 meses, taxa de 6,3%, o maior saldo desde novembro de 2008, que registrou o acumulado de 6,39%. O índice de 12 meses sobe desde agosto do ano passado.

Para alguns especialistas, um eventual aumento da gasolina, que já ocupa o centro das discussões no governo (leia mais na página 27), será suficiente para que a inflação estoure o teto da meta de 6,5% fixado para o ano. Em comparação a alta de 0,80% com fevereiro, houve uma aparente estabilidade. Mas, as variações de preços foram diferenciadas, com a influência maior de alimentos e combustíveis.

"De fato, a inflação está em um nível realmente alto e uma taxa crescendo em 12 meses mostra um patamar diferente", comentou Eulina Nunes, técnica do IBGE responsável pela pesquisa do IPCA. Ela ressaltou que ainda é cedo para que o indicador dê pistas sobre como deve ficar a inflação no ano.

Alimentos e transportes, que haviam iniciado o ano em forte alta e depois desaceleraram em fevereiro, voltaram a pressionar a inflação com mais força em março. Os dois grupos tiveram as mais altas variações de preço no mês passado: 0,75% e 1,56%, respectivamente. Juntos, contribuíram com 0,47 ponto porcentual do índice. Nos preços do transporte, a maior alta foi das passagens aéreas (29,13%), mas o IPCA também sofreu forte influência dos combustíveis em alta.

A gasolina subiu 1,97% em março, quase quatro vezes mais do que em fevereiro (0,50%) e contribuiu sozinha 0,08 ponto porcentual do IPCA no mês passado. Apesar de o preço do derivado nas refinarias se manter no mesmo patamar de R$ 1 desde maio de 2009, o preço está subindo na bomba impulsionado pelo etanol, que é misturado à gasolina na proporção de 25%.

Se os preços da gasolina sofrerem aumento no mercado doméstico, acompanhando a escalada internacional do petróleo, há chance de o IPCA o teto da meta, na opinião da economista-chefe da Squanto Investimentos, Marina Santos. "Nossa projeção para o IPCA no final do ano está em 6,3%, bem perto do teto da meta. Então, há o risco de romper o teto se vier elevação da gasolina", afirmou.

O etanol subiu 10,78% em março, bem acima dos 2,55% registrados em fevereiro, mas como tem peso menor no IPCA, contribuiu com apenas 0,04 ponto porcentual no índice de março. No primeiro trimestre deste ano, a gasolina já acumula alta de 3,31% e o etanol, de 17,89%.

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