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A inflação acumulada em 12 meses pode se afastar ainda mais do teto da meta do governo em julho, caso a taxa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) venha acima de 0,03%, resultado registrado em julho do ano passado. "Se a gente olhar a série histórica completa, vamos observar que os meses de junho e julho, em geral, apresentam menores resultados. Especialmente em julho de 2013, quando a taxa do IPCA chegou a atingir quase 0%. No próximo mês, no mês de julho desse ano, vamos trocar esse 0,03% por outro número", lembrou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa do IPCA acumulada em 12 meses vem subindo desde janeiro de 2014. Em junho, rompeu o teto da meta, ao alcançar 6,52%. Para julho, o IBGE já prevê alguns impactos importantes para a inflação do mês, sendo o principal deles o reajuste de energia elétrica em São Paulo. É esperado um aumento de 18% na tarifa da região, feito pela Eletropaulo, a partir de 4 de julho. "São Paulo é um terço do IPCA", ressaltou Eulina, sobre a importância da região para o cálculo da inflação.

Em julho, é esperado também o impacto de parte do reajuste de 23% na energia elétrica em Porto Alegre, em vigor desde 19 de junho. "Curitiba também pode ser que tenha. Foi anunciado um reajuste de mais de 30% na energia elétrica, mas suspenderam, e está em discussão. Pode ser que ainda aconteça", alertou a coordenadora do IBGE.

Ainda no território de serviços monitorados, espera-se um reajuste médio de 6% nas tarifas de água e esgoto de uma das companhias que servem Porto Alegre, a partir de 1º de julho. Fortaleza também tem reajuste de água e esgoto, de 7,30%, a partir de 6 de julho. Há, ainda tem um ajuste residual do aumento de água e esgoto em Salvador, de 7,8%, anunciada em 6 de junho.

É válido lembrar que existem outras pressões vindas dos reajustes de preços esperados para este mês: São Paulo terá aumento de 5,29% no pedágio a partir de 1º de julho. Já o ônibus interestadual ficará, em média, 5% mais caro em 1º de julho em todas as regiões. Também em todo o País, os correios reajustaram vários serviços, em torno de 6,5% a 7,5%, desde 12 de junho.

A inflação de serviços acelerou de 0,30% em maio para 1,10% em junho. O resultado é quase três vezes a taxa do IPCA do mês, que ficou em 0,40%, informou o IBGE.

Em junho, houve forte pressão dos aumentos das passagens aéreas (21,95%) e dos hotéis (25,33%), por conta da demanda pela Copa do Mundo. Outros itens que apresentaram aumento considerável e podem ter relação com o mundial de futebol são aluguel de veículos (6,64%) e ingresso para jogo (2,58%).

No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços atingiu alta de 9,20%, contra uma taxa de 6,52% registrada pelo IPCA. "É o que a gente já vem observando há algum tempo, os serviços crescendo mais do que a média, fazendo pressão na inflação junto com os alimentos também", avaliou Eulina.

Em 12 meses, a alimentação fora do domicílio acumula um aumento de 10,10%; aluguel residencial, 10,13%; passagem aérea, 15,74%; aluguel de veículo, 7,64%; ingresso para jogo, 17,55%; e hotel, 38,34%.

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