A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou fevereiro com alta de 0,44%. O índice oficial de preços manteve-se estável ante janeiro e próximo do patamar de dezembro (0,48%).
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA avançou 3,02%. Neste ano a meta é de 4,5% com margem de erro de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.
O comportamento dos preços foi ditado pelo grupo educação, que apresentou avanço de 3,48% ante 0,07% em janeiro. O impacto desse item no IPCA de fevereiro foi de 0,24 ponto porcentual de uma inflação de 0,44% ou seja, mais de 50% da inflação foi causado pelo grupo educação.
As mensalidades dos cursos de ensino tiveram alta de 4,26% no mês passado. A pressão é sazonal, já que as mensalidades costumam ser reajustadas no começo de cada ano.
A coordenadora do Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, afirmou que os preços do grupo educação apontam para uma tendência decrescente desde 2003 assim como a inflação. "O que se observa é que ano a ano as taxas vêm decrescendo, acompanhando o que se observa na inflação do Brasil. Uma tendência decrescente deixando a inflação forte para trás", disse.
Os preços do grupo educação, no entanto, têm evoluído acima da inflação. Eles apresentaram expansão de 250,22% entre 1994 e fevereiro de 2007, enquanto o IPCA cresceu 207,72%. As escolas decidem qual índice de preços acompanhar.
O grupo alimentação e bebidas registrou uma alta de 0,78%, ante 0,84% em janeiro, influenciado pelas chuvas em diversas regiões do país. No primeiro bimestre do ano, os alimentos acumulam alta (1,62%) superior a de todo ano de 2006 (1,22%).
"Nesses primeiros dois meses houve um problema específico causado pelas chuvas, os alimentos são uma incógnita. O importante é que a safra tem sido muito boa e não tem tido problemas fortes que afetem de forma muito importante a produção dos anos anteriores."
As tarifas de ônibus urbanos passaram de um aumento de 1,66% no primeiro mês do ano para 1,60% em fevereiro. Ainda no grupo transportes, que registrou uma alta de 0,07% em fevereiro, houve deflação das tarifas de ônibus intermunicipais (-0,07%).
O álcool, que chegou a subir 7,23% em janeiro, recuou 0,81% em fevereiro. Na mesma tendência, a gasolina caiu de -0,57% para -0,86%.
A maior alta da inflação foi observada em Salvador (1,18%). Já a menor pressão aconteceu em Porto Alegre (-0,04%). São Paulo, que tem o maior peso na composição do índice, registrou inflação de 0,50%.
O IBGE também divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que aponta a inflação para famílias que recebem um a seis salários mínimos, teve alta de 0,42%, contra 0,49% em janeiro.
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