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A inflação acumulada em 12 meses poderá ultrapassar o teto da meta, de 6,5%, já em abril. Para alguns analistas, trata-se de uma possibilidade. Para outros, é uma aposta firme. No entanto, todos estão de acordo de que em algum momento, entre abril e agosto, a inflação acumulada em 12 meses vai romper a banda superior da meta. Os que esperam a ruptura do suporte já neste mês usam, como argumento, as próprias expectativas de inflação para abril e a mediana do Boletim Focus, do Banco Central, que mostrou anteontem elevação das projeções de 0,70% para 0,79% para o IPCA em abril.

Na LCA Consultores, o economista-chefe Bráulio Borges prevê para o final deste mês uma inflação de 6,6% no acumulado de 12 meses. Para agosto, a LCA prevê uma taxa acumulada de 7%. "Muito pouco pode ser feito para evitar isso", avalia Borges. A questão, segundo ele, é que, para evitar que a inflação ultrapasse o teto da meta, a taxa de juros teria que subir ao ponto de levar a economia crescer apenas em torno de 2% neste ano, o que nem o BC e nem a sociedade querem.

Para o professor de economia da USP e presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo, Heron do Carmo, mais que a meta em si é a trajetória da inflação que preocupa. Heron trabalha com uma trajetória em que a inflação deverá seguir elevada até outubro, quando começará a desacelerar por fatores sazonais, mas não o suficiente para impedir que o IPCA feche 2011 dentro da meta.

Tombini

Na reunião do Conselhão de ontem, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que as projeções da instituição para a inflação "são um pouco melhores que as do mercado", sem, no entanto, apresentá-las. Para ele, "a inflação é hoje, certamente, um problema global", e a inflação brasileira reflete a inflação global elevada, mas também tem "componentes locais" comuns a outros países emergentes.

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