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Cerca de 650 mil trabalhadores qualificados e com experiência profissional não deverão encontrar colocação no mercado de trabalho neste ano, de acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quarta e que leva em consideração um crescimento de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho, o órgão projeta um universo de 19,3 milhões de pessoas qualificadas para uma demanda potencial de 18,6 milhões de trabalhadores.

O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, explica que parte desse contingente foi demitida durante a crise - iniciada no último trimestre de 2008 e que tomou quase todo o ano de 2009 - e ainda não encontrou trabalho. "Uma parcela importante trabalhava na indústria, que foi o setor mais atingido pela crise e ainda não se recuperou totalmente", afirmou.

A indústria deve ter um excedente de 145 mil trabalhadores qualificados no País, seguida pelo setor agrícola (122 mil). Outros setores, contudo, devem registrar escassez de trabalhadores, como a construção civil (38,4 mil) e comércio (187 mil pessoas).

Embora tão problemática quanto o excedente, a escassez de mão de obra qualificada é considerada um "problema bom" por Pochmann. "Isso não acontece desde o milagre econômico dos anos 1970", lembra. O desafio para o setor público e privado, diz, é antecipar as mudanças no perfil do mercado de trabalho a fim de casar oferta e demanda de mão de obra no tempo e lugar certos.

Ainda de acordo com o estudo, em 2010 o Brasil deve contar com 24,8 milhões de trabalhadores disponíveis, entre desempregados e pessoas que estão no mercado de trabalho. Mas 22% deles, ou 5,5 milhões, não têm experiência profissional ou nível educacional para entrar no mercado de trabalho formal. Esse contingente de pessoas dificilmente arranjará emprego, acredita Pochmann, que defende políticas públicas como a transferência de renda para combater o problema.

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