O governo do Iraque lançou seu primeiro canal no site de vídeos do Google, YouTube, na semana passada. O objetivo do canal Iraqigov é rebater "mentiras" da mídia e mostrar sucessos do país, afirmou o primeiro-ministro, Nuri al-Maliki.
Maliki, que fez um anúncio oficial em um vídeo postado no site, afirmou que o canal ajudará a desmentir as "informações enganosas veiculadas na imprensa", que não refletem o progresso do país. Seu governo, liderado pelos muçulmanos xiítas, busca se reeleger nas eleições nacionais do começo de 2010. O novo canal não permite comentários de usuários.
A imprensa iraquiana tem gozado de uma liberdade sem precedentes desde que o ditador sunita Saddam Hussein foi deposto após a invasão norte-americana no país, em 2003. Recentemente, no entanto, alguns fatos têm gerado o receio de uma maior repressão. Há algumas semanas, o governo propôs um novo regulamento de radiodifusão e medidas para censurar livros e a internet. Ao mesmo tempo, uma a imprensa registrou uma leva de ações judiciais abertas contra veículos locais e estrangeiros que criticam Maliki, seu mandato e seu governo.
Poucos iraquianos têm acesso à internet em casa e, nos poucos lugares onde há acesso, a baixa velocidade da conexão dificulta a exibição de vídeos. A criação do canal no YouTube segue uma visita do presidente-executivo do Google, Eric Schmidt, a Bagdá, ocorrida no no dia anterior ao anúncio. Schmidt anunciou que publicaria imagens de artefatos do museu nacional do Iraque na internet, como parte de medidas encorajadas pelo governo norte-americano para atrair empresas ao Iraque. Em comunicado, a embaixada dos Estados Unidos no Iraque afirmou que o canal do YouTube incluirá trechos de sessões parlamentares, mensagens de líderes iraquianos a seus cidadãos e vídeos de instrução sobre como participar de serviços do Estado. Somente o anúncio de Maliki tem legendas em inglês. O restante do conteúdo é todo em árabe.
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