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O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou nesta quarta-feiar que teve uma "reunião dura" com os parlamentares europeus da Irlanda durante sua viagem a Bruxelas. Ele estava defendendo os interesses dos exportadores de carne do Brasil. Os parlamentares do país europeu, que tem perdido mercado para o produto nacional, aceitaram o convite do ministro brasileiro e vão vistoriar produtores do Brasil no mês de abril, juntamente com o presidente da comissão de agricultura do Parlamento Europeu.

- Eles poderão escolher entre os 20 mil produtores e 80 frigoríficos que estão credenciados a exportar para a Europa - afirmou o ministro por telefone.

Os irlandeses, que em meados desse ano fizeram uma vistoria "independente" no Brasil, apresentaram na Europa um relatório que mostra graves problemas fitossanitários dos produtores nacionais. O governo contesta essa vista - que não foi oficial - e afirma que os irlandeses visitaram apenas produtores que não exportam carne.

Apesar do compromisso de visita dos irlandeses e demais europeus ao Brasil, o ministro não conseguiu obter na Europa o compromisso de que as carnes nacionais não serão embargadas a partir de 2008. Ele reconheceu que o país não vai cumprir a meta de cadastrar todo o rebanho brasileiro dentro do programa de rastreabilidade de gado até a virada do ano, condição imposta pelos europeus para continuar comprando a carne nacional.

- Já temos 10 milhões de cabeças rastreadas de sete mil propriedades e exportamos para a Europa 3 milhões de cabeças por ano - disse o ministro, embora o sistema indique apenas 8,8 milhões de cabeças de gado cadastradas.

O Brasil, contudo, possui um rebanho de aproximadamente 210 milhões de cabeça e o antigo sistema de rastreamento de gado chegou a ter 70 milhões de bois cadastrados.

O ministro disse que o próximo passo será fazer com que todos os bois das fazendas que possuem gado rastreado estejam no sistema. A Europa determinou que o país tenha todo seu rebanho rastreável até o fim do ano.

- Não acredito que haverá embargos, os europeus estão reconhecendo que estamos fazendo grandes esforços e que vamos cumprir todas as demais exigências, como vacinação, controle de fronteiras e controle de tráfego de animais - disse.

O ministro, que está em Frankfurt, afirmou ainda que defendeu a produção de soja do país, afirmando que mais nenhum pé de árvore será derrubado para a plantação da cultura. Stephanes, contudo, afirmou que não tratou e nenhum momento de negociar o fim das tarifas de importação que os europeus impõem ao etanol nacional.

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