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Começa montagem de protótipos de veículo elétrico em Itaipu

Terá início esta semana, na Itaipu Binacional, a montagem dos dois primeiros protótipos de veículos elétricos, encomendados pela Eletrobrás. Os carros devem ficar prontos até o começo de julho, e circularão nas ruas do Rio de Janeiro durante os Jogos Pan-Americanos, que começam no dia 13 daquele mês.

Técnicos da Fiat, fabricante dos veículos elétricos, chegam hoje a Foz do Iguaçu para treinar e supervisionar a equipe responsável pela montagem dos veículos. O trabalho vai utilizar mão-de-obra brasileira e paraguaia, selecionada na região de fronteira.

As carrocerias dos dois Palio Weekend que serão adaptados para serem movidos a eletricidade chegaram à Itaipu na sexta-feira. Lá, elas receberão a bateria especial (que pesa 160 quilos), motor elétrico, dispositivos eletrônicos, sensores e carregador. Um galpão de Itaipu, antes utilizado como almoxarifado, foi transformado na linha de montagem de protótipos de veículos elétricos.

A linha de montagem deverá ganhar um ritmo mais intenso até o final do ano. A previsão é que serão montados 15 carros, para atender aos pedidos de empresas do setor elétrico do Brasil e do Paraguai. Somente a Itaipu vai adquirir mais seis protótipos.

Atualmente, a usina já conta com um Pálio e um Panda Elettra movidos a eletricidade, mas ambos foram doados pela empresa suíça KWO, que é parceira no projeto de montagem e aperfeiçoamento de carros elétricos.

Os dois primeiros protótipos montados em Itaipu, a exemplo dos que vieram da Europa, terão uma autonomia de 120 quilômetros, velocidade máxima de 130 quilômetros por hora e uma bateria com tempo de recarga de 8 horas.

O presidente da Comissão Interamericana de Etanol, Jeb Bush, irmão do presidente americano, George W. Bush, defendeu ontem o fim da tarifa de importação sobre o álcool brasileiro (etanol) para ampliar o mercado de biocombustível. Os EUA cobram hoje uma taxa de US$ 0,54 por galão sobre o álcool vendido pelo Brasil, além de 2,5% de impostos alfandegários. O Brasil tem feito uma campanha para reduzir essa sobretaxa, para ampliar as exportações, mas a demanda esbarra em outro tema polêmico nas relações Brasil-EUA: a questão dos subsídios agrícolas.

Jeb Bush não chegou a apontar quando ou mesmo em que condições a demanda brasileira poderia ser atendida. Ele se limitou a dizer que um ponto chave para a criação do mercado de biocombustível nos EUA seria a mudança do "status" do álcool de uma questão de política agrícola para um assunto de política energética.

"Hoje, a política para o etanol [alcool] está mais relacionada à produção agrícola do que energética. Se fosse uma questão energética, nós não tributaríamos o etanol", afirmou Bush, durante participação em seminário, na cidade de São Paulo. "Para que o mercado interno [de biocombustível] exista, essa tarifa tem que ser substituída", acrescentou, defendendo uma diminuição "gradativa" da sobretaxa.

Jeb Bush, que também é ex-governador da Flórida, defendeu a difusão de informação para alterar o cenário de sobretaxa nos EUA. "O argumento mais importante que nós temos é que não tributamos petróleo. Nas próximas eleições, essas questões vão se tornar mais e mais importantes. E quando você olha além, você vê oportunidades econômicas enormes", avaliou.

Ao ser questionado sobre qual seria o verdadeiro motivo do interesse dos Estados Unidos no etanol – se era segurança nacional, aumento de comércio ou se salvar o planeta estava se transformando em um bom negócio – Jeb Bush disse que "é tudo isto e que não se deve esquecer do crescimento vigoroso da China, que pode ser um concorrente que Brasil e Estados Unidos juntos podem combater".

Commodity energética

O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues afirmou que a mudança do álcool de "commodity agrícola" para "commodity energética" está em processo de "esclarecimento" mesmo no restante do mundo. "Transformar o etanol numa commodity energética, em vez de uma commodity agrícola, é uma discussão que tem de ser tratada, que tem prós e contras. Por enquanto, não há ainda clareza nesse processo", disse ele.

"A tarifa já está definida por dois anos, então, não há como diminuir. Agora, como disse o governador Bush, é um trabalho de conscientização, de discussão, de transformação da mentalidade", acrescentou o ex-ministro, que também faz parte da Comissão de Etanol. O representante da agroindústria elogiou a posição do político americano, mas se mostrou reservado quanto ao poder da Comissão de promover o fim da sobretaxa.

"É uma posição muito importante [de Jeb Bush], de alguém que tem influência decisiva na formulação de política dentro dos Estados Unidos", disse o presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho.

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