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A indústria de máquinas e equipamentos critica a medida do governo que prevê a desoneração de investimentos estrangeiros. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton de Mello, encaminhou carta ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci, convidando-o para um encontro com dirigentes de empresas do setor. O convite foi dirigido também aos secretários do Ministério, Bernard Appy e Luiz Carlos Awazu Pereira.

Segundo a Abimaq, inúmeros associados da entidade nacional, que reúne 1,4 mil fabricantes de todas as regiões do país, estão pedindo maiores informações a respeito do assunto. A entidade informou que os empresários rejeitam a medida do governo federal que isenta o capital internacional do pagamento do Imposto de Renda e CPMF, ao baixar de 15% para a zero a alíquota sobre as aplicações em títulos públicos no mercado nacional.

Para o presidente da Abimaq, a medida do governo vai derrubar ainda mais o dólar e tornar inviáveis as exportações da indústria e da agricultura. Segundo Newton de Mello, a medida mostra mais uma vez que o Brasil não consegue romper com o ciclo de dependência do mercado financeiro internacional, que já contava com juros elevados e risco-país baixo e agora passa a encontrar essa isenção. "Os estragos que essa medida vai causar podem levar mais de dez anos para serem sanados, porque é muito fácil fechar uma fábrica. O difícil é colocá-la em funcionamento e gerar empregos", reclamou.

A redução de IR para estrangeiros também foi bombardeada pelo sindicato dos auditores da Receita Federal (Unafisco). Segundo a instituição, a medida favorece a sonegação fiscal. A diretora de estudos técnicos do Unafisco, Clair Hickmann, afirma que, apesar de o dinheiro vindo de paraísos fiscais estar fora do incentivo fiscal, ainda restam brechas para que brasileiros possam mandar dinheiro para o exterior e depois repatriá-lo para aproveitar o benefício. O secretário do Tesouro, Joaquim Levy, garantiu que os critérios para investimento impedirão a sonegação.

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