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A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional), calcula que a isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para quem ganha até R$ 5 mil custará R$ 45 bilhões por ano.
A isenção está entre as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (27).
“A isenção para quem ganha até R$ 5 mil é uma medida justa, que deve impulsionar a economia e aumentar o consumo. No entanto, o impacto fiscal estimado em R$ 45 bilhões por ano exige soluções robustas para compensação de receitas”, disse o presidente da associação, Mauro Silva.
“O ministro fala em tributar quem ganha mais de R$ 50 mil, mas é fundamental fechar brechas como a pejotização e a falta de tributação sobre lucros e dividendos, que hoje permitem que muitas rendas altas escapem do alcance do imposto”, completou.
Corte de gastos e isenção do IRPF
Nesta quarta-feira (27), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, o pacote de corte de gastos que prevê uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos: R$ 30 bilhões em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026.
Para equilibrar os cortes considerados impopulares, foi anunciada uma benesse: a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, uma promessa de campanha de Lula.
Nesta quinta-feira (28), como efeito, principalmente, do anúncio sobre a isenção, a cotação do dólar abriu em forte alta de 1,25% a R$ 5,99.
Logo após a abertura do mercado, às 9h, o dólar deu uma leve recuada a R$ 5,97, com uma alta de 1,03% na comparação com o fechamento de quarta (27), em que bateu R$ 5,91 – maior valor da história. A variação seguiu ao longo da primeira meia hora de pregão, variando na casa de R$ 5,96.