Fazer compras no Paraguai neste fim de ano transformou-se em um exercício de paciência. O fluxo de turistas ao país vizinho aumentou cerca de 30% em relação ao ano passado. Os comerciantes comemoram, enquanto os consumidores precisam enfrentam filas de veículos que às vezes passam de um quilômetro para chegar de carro à vizinha Ciudad del Este, fronteira com Foz do Iguaçu. O dólar em baixa cotado ontem a R$ 1,86 é a principal isca para atrair o brasileiro ao comércio paraguaio. Mas, mesmo assim, os comerciantes afirmam que a movimentação de turistas não significa dinheiro em caixa.
O comerciante e presidente do Sistema Inteligente de Monitoramento (SIM) de Ciudad del Este similar ao Procon brasileiro , Adailton Avelino, diz que o aumento do número de turistas que circula pelo comércio não implica no crescimento das vendas porque a fiscalização aduaneira no Brasil afugentou os sacoleiros, segmento que ainda representa a maior fatia de consumidores no Paraguai. "Há muita fiscalização nos sacoleiros", diz. Para Avelino, a chegada de mais turistas este ano nada mais faz do que compensar a falta do sacoleiro. O controle aduaneiro e os preços competitivos de produtos de informática no Brasil são alguns dos fatores que afastam os sacoleiros do Paraguai.
Nas lojas onde o principal consumidor é o turista, os proprietários comemoram o aumento nas vendas. Apesar de ainda ser novembro, o vai e vem das compras já toma conta dos ambientes, com as tradicionais filas nos balcões para comprar e pagar mercadorias.
Para fugir da superlotação, o turista catarinense Wendel Laurentino, 31 anos, procurou antecipar o horário das compras. Às 8 horas de ontem, ele já estava no Paraguai. "Evitei de vir no sábado e cheguei cedo hoje. Foi mais tranquilo", conta. Laurentino, que mora em Brusque e compra produtos para consumo próprio, diz que a queda no dólar motiva às compras. Óculos e perfumes, aponta, são vendidos por um terço do preço praticado no Brasil. Games e celulares também estão entre os preferidos dos turistas.
O camelô Santiago Armoa, 47 anos, também acredita que este Natal será melhor que o anterior. Ele já percebeu o aumento nas vendas, mas espera que o arrocho na fiscalização brasileira não atrapalhe tanto seu negócio. "Este fim de ano vai ser melhor do que ano passado", estima.
A fila de veículos não existe apenas na entrada do Paraguai. No caminho de volta a situação é semelhante. A reforma da aduana brasileira na Ponte da Amizade, em 2007, não solucionou o problema de filas para os consumidores que procuram legalizar as mercadorias. Aos sábados, a espera para declarar os produtos pode chegar a até duas horas.
-
Bônus para juízes, proposto por Pacheco, amplia gasto recorde do Brasil com o Judiciário
-
Polícia política de Lula agora quer calar o X
-
Pacheco rebate Haddad e diz que Congresso não tem de aderir ao Executivo
-
Jogamos o “Banco Imobiliário” do MST e descobrimos que é mais chato que ver arroz orgânico crescer
Bônus para juízes, proposto por Pacheco, amplia gasto recorde do Brasil com o Judiciário
Quais impostos subiram desde o início do governo Lula e o que mais vem por aí
Perguntas e respostas sobre a reforma tributária; ouça o podcast
Carne deve ter imposto? Taxação de alimentos promete debate acirrado no Congresso
Deixe sua opinião