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Na quarta-feira, fila para cruzar a Ponte da Amizade chegou a três quilômetros: transtorno na ida e na volta | Cristhian Rizzi/ Gazeta do Povo
Na quarta-feira, fila para cruzar a Ponte da Amizade chegou a três quilômetros: transtorno na ida e na volta| Foto: Cristhian Rizzi/ Gazeta do Povo

Fazer compras no Paraguai neste fim de ano transformou-se em um exercício de paciência. O fluxo de turistas ao país vizinho aumentou cerca de 30% em relação ao ano passado. Os comerciantes comemoram, enquanto os consumidores precisam enfrentam filas de veículos que às vezes passam de um quilômetro para chegar de carro à vizinha Ciudad del Este, fronteira com Foz do Iguaçu. O dólar em baixa – cotado ontem a R$ 1,86 – é a principal isca para atrair o brasileiro ao comércio paraguaio. Mas, mesmo assim, os comerciantes afirmam que a movimentação de turistas não significa dinheiro em caixa.

O comerciante e presidente do Sistema Inteligente de Monitoramento (SIM) de Ciudad del Este – similar ao Procon brasileiro –, Adailton Avelino, diz que o aumento do número de turistas que circula pelo comércio não implica no crescimento das vendas porque a fiscalização aduaneira no Brasil afugentou os sacoleiros, segmento que ainda representa a maior fatia de consumidores no Paraguai. "Há muita fiscalização nos sacoleiros", diz. Para Avelino, a chegada de mais turistas este ano nada mais faz do que compensar a falta do sacoleiro. O controle aduaneiro e os preços competitivos de produtos de informática no Brasil são alguns dos fatores que afastam os sacoleiros do Paraguai.

Nas lojas onde o principal consumidor é o turista, os proprietários comemoram o aumento nas vendas. Apesar de ainda ser novembro, o vai e vem das compras já toma conta dos ambientes, com as tradicionais filas nos balcões para comprar e pagar mercadorias.

Para fugir da superlotação, o turista catarinense Wendel Laurentino, 31 anos, procurou antecipar o horário das compras. Às 8 horas de ontem, ele já estava no Paraguai. "Evitei de vir no sábado e cheguei cedo hoje. Foi mais tranquilo", conta. Laurentino, que mora em Brusque e compra produtos para consumo próprio, diz que a queda no dólar motiva às compras. Óculos e perfumes, aponta, são vendidos por um terço do preço praticado no Brasil. Games e celulares também estão entre os preferidos dos turistas.

O camelô Santiago Armoa, 47 anos, também acredita que este Natal será melhor que o anterior. Ele já percebeu o aumento nas vendas, mas espera que o arrocho na fiscalização brasileira não atrapalhe tanto seu negócio. "Este fim de ano vai ser melhor do que ano passado", estima.

A fila de veículos não existe apenas na entrada do Paraguai. No caminho de volta a situação é semelhante. A reforma da aduana brasileira na Ponte da Amizade, em 2007, não solucionou o problema de filas para os consumidores que procuram legalizar as mercadorias. Aos sábados, a espera para declarar os produtos pode chegar a até duas horas.

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