Déficit

Rombo nas contas externas do Brasil fica em US$ 6 bilhões em julho

Agência Estado

O Brasil fechou o mês de julho com um rombo de US$ 6 bilhões nas contas externas, número que mede as relações financeiras, comerciais e de serviço do país com o exterior. O valor é 80% maior que o registrado em junho, mas menor que os US$ 8,9 bilhões apurados no mesmo mês de 2013.

O ingresso de dólares por meio de exportações, gastos de estrangeiros no Brasil, como efeito da realização da Copa do Mundo, e os chamados investimentos estrangeiros diretos (IEDs), voltados para o setor produtivo, até atenuaram o rombo. Mas não conseguiram levar essa conta para o terreno positivo. A receita obtida com o gasto de estrangeiros em julho, ainda em função do fim do Mundial, ficou em US$ 789 milhões – maior valor já registrado para o mês.

O Banco Central informou que a Copa permitiu um ingresso expressivo de recursos no país. De junho a agosto, segundo a projeção do BC, o torneio foi responsável pela entrada de cerca de US$ 850 milhões.O Mundial trouxe cerca de US$ 700 milhões para a conta de viagens nesse período, dos quais cerca de US$ 100 milhões devem ser registrados em agosto.

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A presidente do Federal Reserve, o banco central dos EUA, ressaltou a necessidade de cautela com a recuperação da economia americana, que começa a engrenar, e com uma eventual elevação das taxas de juros do país. Em discurso feito ontem, Janet Yellen lembrou que, apesar do melhor desempenho do país, o mercado de trabalho não voltou ao nível pré-crise.

Mas ela ressalvou que, se a situação melhorar mais rápido do que o esperado, os juros também poderiam subir antes do que o planejado. "Se o progresso no mercado de trabalho continuar mais rápido do que o Comitê [de política monetária] espera ou se a inflação subir mais rápido do que o esperado... então o aumento das taxas [básicas de juros] pode ocorrer mais cedo do que o Comitê planeja e pode acontecer com mais rapidez depois."

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Apesar de admitir a possibilidade, Yellen deixou o cenário em aberto, refletindo divergências entre os responsáveis pela política monetária do país relatadas na ata da última reunião do comitê, divulgada na quinta-feira.

O discurso, definido pelo New York Times como uma "longa explicação do porquê da cautela do Fed" com a retirada dos estímulos à economia, era esperado pelo mercado financeiro para detectar sinais do futuro dos juros. Uma elevação das taxas nos EUA pode atrair investidores que hoje aplicam no Brasil. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recuou 0,99% para 58.407 pontos, enquanto o dólar comercial, usado no comércio exterior, encerrou o dia com alta de 0,57%, a R$ 2,281.

Atualmente a taxa básica nos EUA flutua entre zero e 0,25% ao ano, como estímulo à retomada (outra medida, a recompra de títulos do Tesouro, acaba em outubro). A expectativa de investidores e de parte dos membros do comitê é que a melhora dos índices econômicos possibilite um aumento das taxas para conter a inflação. Yellen, porém, defende que juros baixos estimulariam a criação de vagas – o desemprego em julho nos EUA foi de 6,2%.