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O governo japonês divulgou nesta sexta-feira (23) um pacote emergencial para criar 100 mil empregos até o fim do ano fiscal, em março de 2010. A iniciativa busca evitar que as difíceis condições de emprego no país levem ao fracasso da frágil recuperação econômica nacional. O índice de desemprego do Japão atingiu 5,5% em agosto, pouco abaixo do recorde negativo de 5,7%, em julho.

Havia 3,61 milhões de desempregados em agosto, 890 mil a mais que no mesmo mês do ano anterior. Analistas estimam que a situação pode piorar nos próximos meses, caso as companhias brequem novas contratações temendo as incertezas na economia. O escritório do gabinete afirmou que o pacote emergencial enfocará sobretudo setores com potencial significativo de crescimento, como enfermagem domiciliar, agricultura e meio ambiente.

Os empregos serão criados através do afrouxamento de regulações para obter licenças para se realizar trabalhos de enfermagem, por exemplo, em um país com muitos idosos. Além disso, os que buscam empregos serão auxiliados a encontrá-los nos setores da agricultura e do meio ambiente, e os jovens serão ajudados para encontrar trabalho nas áreas rurais.

O governo também promete melhorar a seguridade social para os desempregados, fornecendo abrigos temporários, empréstimos e suplementando serviços nos escritórios que cuidam do tema. Além disso, será facilitado o processo para se solicitar pagamentos como seguro-desemprego. O dinheiro para esses programas virá do atual orçamento, elaborado pelo antigo governo, liderado pelo Partido Liberal Democrático (PLD). O atual gabinete, do Partido Democrático do Japão (PDJ), afirma que não gastará nada a mais com a iniciativa.

As condições do emprego tornaram-se cada vez mais difíceis no Japão nos últimos meses. A relação entre pessoas buscando emprego e os postos oferecidos estava em seu pior nível em agosto, com 100 pessoas em busca de trabalho para cada 42 empregos disponíveis. Donas de casa e aposentados tiveram que buscar ocupações a fim de complementar a renda das famílias.

O economista Takuji Aida, do banco UBS, disse que há dúvidas sobre a eficácia do novo pacote. Segundo Aida, criar 100 mil empregos seria uma melhoria marginal, diante do número de postos fechados até agora este ano

"A medida é um passo necessário, porque o fato de o governo estar fazendo algo para criar empregos é importante para melhorar a confiança do consumidor", notou. Mas a escala do programa não é grande o suficiente, completou. Mais cedo nesta semana, o vice-primeiro-ministro Naoto Kan disse que o governo avalia a possibilidade de tomar outras medidas a fim de estimular o emprego no ano que vem, se necessário.

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