O governo do Japão deve fazer cortes sobre o planejamento de gastos prometido durante a campanha eleitoral, em um movimento para tentar manter o orçamento do próximo ano sob controle.
A iniciativa, porém, deve colocar mais pressão sobre o banco central japonês, que tenta evitar uma recessão deflacionária no ano que vem.
O presidente do Banco do Japão, Massaki Shirakawa, deu poucas pistas sobre suas opções, mas prometeu que a autoridade monetária vai atuar prontamente e decisivamente se os mercados financeiros se tornarem instáveis.
O governo e o Banco do Japão têm se enfrentado sobre a melhor maneira de lidar com a deflação, que segundo previsões da autoridade monetária deve durar pelo menos três anos.
O Banco do Japão convocou neste mês uma reunião emergencial para anunciar novos financiamentos de curto prazo, e na semana passada exibiu suas credenciais contra a deflação ao declarar que não toleraria a queda dos preços.
Agora, com o governo reduzindo seus planos de gastos para acalmar investidores preocupados e evitar uma redução da nota da dívida, o ônus pode recair mais uma vez sobre o BC.
"O Banco do Japão provavelmente vai ser pressionado para fazer mais", disse David Cohen, diretor de previsões econômicas para a Ásia da Action Economics, em Cingapura.
A dívida pública do Japão está subindo em direção aos 200 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), a maior em todo o mundo desenvolvido. No poder há apenas três meses, o governo do Partido Democrático tenta evitar uma piora econômica antes da eleição para a casa superior do Parlamento, em 2010.
O primeiro-ministro, Yukio Hatoyama, abandonou a promessa de campanha de abolir uma sobretaxa sobre a gasolina, com o objetivo de dar suporte à arrecadação e manter a emissão de bônus no ano fiscal que começa em 1o de abril abaixo de 44 trilhões de ienes (482 bilhões de dólares).
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