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Depois que vários integrantes do governo e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificaram de terrorista e irresponsável a atitude da oposição de levantar suspeitas sobre a saúde financeira da Petrobras, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) voltou à tribuna do Senado nesta quarta-feira para rebater as acusações. Ele reafirmou o que disse na semana passada de que existe uma crise de caixa na Petrobras e que a própria estatal confirmou as operações de empréstimo feitas junto à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil para capital de giro.

"O empréstimo não foi para investimentos, mas para despesas do dia-a-dia da empresa. O que dissemos aqui no plenário foi confirmado por todos. A crise de liquidez está no balanço da própria empresa, identificando que ela tem a pagar mais do que tem a receber a curto prazo", afirmou o senador, que recebeu solidariedade de colegas da oposição.

Segundo ele, a Petrobras teria recebido tratamento privilegiado "uma vez que a taxa de juro (da operação) foi abaixo do mercado". Ele enumerou alguns fatores que estariam praticamente dobrando os custos operacionais da estatal, como o aumento do número de funcionários em cerca de 30 mil ao longo do governo Lula, terceirização, prestadores de serviço, patrocínio e publicidade.

O senador cobrou do governo, em seu discurso, um esclarecimento sobre o motivo que leva o preço da gasolina no Brasil ser o mais caro do mundo. "Foi reduzido o preço do petróleo, mas a Petrobras não pode baixar o preço da gasolina, porque senão vai arrebentar ainda mais seu caixa", disse. "Pagamos a gasolina mais cara do mundo, quase três vezes o que se paga nos Estados Unidos e mais do que na Europa. Se compararmos com produtores de petróleo, o preço da nossa gasolina é quatro, cinco vezes maior" completou.

Ele disse ter recebido com estranheza as declarações do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, de que a empresa vai cortar investimentos. Segundo Jereissati, Gabrielli não falou em cortes de custos e, desse modo, "temos que nos preocupar é com a política econômica do País".

Dos senadores da base aliada, apenas o petista Eduardo Suplicy (PT-SP) se pronunciou, afirmando que o presidente da Petrobras terá oportunidade de esclarecer todas as dúvidas em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, marcada para o dia 11.

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