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“Somos empreendedores, temos boa capacidade para avaliar negócios e somos bons de parceria. Além disso, atuar em várias frentes é também uma forma de proteção. Se um setor não vai bem, outro vai.” | André Rodrigues/Gazeta do Povo
“Somos empreendedores, temos boa capacidade para avaliar negócios e somos bons de parceria. Além disso, atuar em várias frentes é também uma forma de proteção. Se um setor não vai bem, outro vai.”| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Os setores de portos, aeroportos, imobiliário e metroviário estão na mira do grupo JMalucelli. O conglomerado, com 74 empresas e faturamento estimado em R$ 2 bilhões em 2013, tem pelo menos três projetos de grande envergadura em novos negócios. Há um ano à frente do grupo, Alexandre Malucelli – filho do fundador, Joel Malucelli – diz que a ideia é continuar a diversificar. Ele até criou um comitê dentro do grupo, formado por acionistas e técnicos, para avaliar novos negócios. "Olhamos tudo, mas não quer dizer que tudo se encaixa no nosso grupo", disse ele em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo.

O grupo reúne 74 empresas e atua em áreas bem diferentes. E, ao que parece, vai entrar em novos segmentos. Quais são os planos?

Temos intenção de operar um terminal para veículos e granéis líquidos em Paranaguá e um aeroporto em Balsa Nova, de cargas e passageiros, com investimento de R$ 60 milhões a R$ 70 milhões. Além disso, vamos construir um outlet premium na região metropolitana de Curitiba, que deve absorver R$ 140 milhões. Na área de infraestrutura, também estamos avaliando a possibilidade de participar da construção do metrô.

Por que investir em mais negócios, já que a empresa atua em áreas tão distintas como bancos, hotel, construção, energia, comunicação e esportes? Como não perder o foco?

Somos empreendedores, temos boa capacidade para avaliar negócios e somos bons de parceria. Foi assim que o grupo cresceu, abrindo mais empresas e atuando de maneira conjunta com outras empresas. Além disso, atuar em várias frentes é também uma forma de proteção. Se um setor não vai bem, outro vai.

Parte dos novos negócios do grupo vem sendo capitaneado pelo Joel Malucelli [hoje presidente do Conselho de Família]. Como vocês escolhem os projetos?

Nós criamos neste ano um comitê de investimentos, formado por acionistas e técnicos. São doze pessoas que se reúnem uma vez por mês e avaliam a viabilidade técnica e financeira dos projetos. Olhamos tudo, mas não quer dizer que vamos entrar em todas as áreas.

Como foi 2013 para os negócios?

No primeiro semestre crescemos 28,4% em receita, para R$ 744 milhões. A intenção é fechar o ano com crescimento de 35%, para R$ 2 bilhões. O lucro líquido cresceu de R$ 43,8 milhões para R$ 72 milhões no primeiro semestre.

Que áreas vêm puxando esse resultado?

A área bancária, como o crédito consignado, que continua crescendo, a seguradora, construção e energia. Fecharemos 2013 com vários novos projetos em operação nessa área. É o caso de uma linha de transmissão em Goiás e de três parque eólicos no Rio Grande do Norte. Em março entra em funcionamento a linha de transmissão Minas Gerais–Espírito Santo.

Qual a previsão do grupo para 2014?

A nossa expectativa é crescer 20%. Os projetos de energia começam a se consolidar. A construção, por sua vez, deve ter novos projetos. Mas sabemos que será um ano de desafios. Com eleições e Copa do Mundo, o ano vai passar meio que batido. Além disso, a economia não tem apresentado um resultado tão favorável como poderia.

Na área de construção, o grupo acaba de fechar o seu maior contrato, para a construção da casa de força da usina de Jirau [no Rio Madeira, em Rondônia, negócio estimado em R$ 800 milhões por dois anos]. A ideia é se especializar na área de energia?

Esse setor representa boa parte da carteira da construtora atualmente. Construir uma casa de força como a de Jirau é um negócio com o qual conseguimos lidar bem, porque entendemos a escala e a complexidade. No auge da obra, serão 2,8 mil pessoas no canteiro. Mas a construtora também vai atuar em projetos de rodovias e tem interesse em participar do metrô de Curitiba.

Como é a divisão hoje dos negócios do grupo?

Hoje a área financeira – o banco e a seguradora – representa 58% das receitas. O restante é vem das demais atividades, com destaque para a construtora e energia.

Como você viu a derrocada do grupo de Eike Batista? Os problemas vão afetar a imagem e o acesso ao crédito pelas empresas brasileiras?

Prejudica um pouco, sim. O mercado fica mais seletivo. Eu digo que as "empresas de PowerPoint", que têm praticamente só um plano de marketing e são pouco consistentes, terão mais dificuldade para conquistar investidores.

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