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São Paulo e Porto Alegre – Após 23 anos no cargo, Jorge Gerdau Johannpeter vai deixar em 1.º de janeiro a presidência-executiva do grupo que leva seu sobrenome e que é considerado a 14.ª maior siderúrgica do mundo. No Paraná, o grupo é dono da siderúrgica Guaíra, com unidades no bairro Portão, em Curitiba, e em Araucária, na Região Metropolitana.

Cotado para ocupar o que seria um superministério ou no mínimo para atuar como conselheiro do governo Lula, Jorge Gerdau deixará o posto para o filho André Gerdau Johannpeter.

Jorge Gerdau já havia afirmado não ter interesse em assumir um cargo no governo Lula. Porém, os rumores que circulam em Brasília são de que ele poderia substituir Luiz Fernando Furlan no comando do Ministério do Desenvolvimento ou então ser conselheiro pessoal de Lula – função em que opinaria sobre corte de gastos e melhoria da gestão pública.

Na diretoria-executiva, André, 43, será responsável pela condução geral dos negócios de acordo com as políticas e estratégias aprovadas pelo conselho de administração, que ainda terá Jorge como presidente.

A mudança no grupo será ampla e também envolve a saída de Frederico C. Gerdau Johannpeter e Carlos J. Petry da vice-presidência sênior do grupo, mas eles permanecerão no conselho de administração como vice-presidentes. Já o diretor-geral de operações será Claudio Gerdau Johannpeter. Ele atuará de forma conjunta com o diretor-presidente para a o desenvolvimento e realização dos objetivos do grupo.

Em meio à apresentação do futuro presidente do grupo Gerdau, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter concordou com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e disse que um choque de gestão que reduza em R$ 50 bilhões as despesas da Previdência em quatro anos é mesmo uma "descoberta da América".

A frase de Gerdau é a mesma que o ministro usou na segunda-feira para lançar dúvidas sobre a proposta para ajustar as contas da Previdência apresentada ao governo pelo consultor Vicente Falconi, do Instituto de Desenvolvimento Gerencial. "Quem já fez isso (o ajuste) descobriu a América", disse Gerdau. "As empresas boas descobriram a América, Minas Gerais descobriu a América", complementou, numa referência a quem já aplicou orientações de Falconi e teria conseguido bons resultados.

Apesar de parecer irônico, Gerdau fez questão de reconhecer que a implantação de uma cultura de gestão é "tremendamente difícil" inclusive nas empresas. O empresário lembrou que os programas de qualidade migraram das indústrias para outras atividades econômicas. Destacou que o governo nada mais é do que uma grande empresa prestadora de serviços e que pode ser gerenciada como tal. "É só analisar os processos e tentar melhorá-los", comparou, afirmando que boas tecnologias de gestão reduzem até a corrupção, não só no governo como nas empresas.

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