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O Banco Central (BC) admite que a crise internacional contagiou o Brasil. Se até outubro o Comitê de Política Monetária (Copom) tratava a contaminação apenas como uma possibilidade, a ata da última reunião do grupo mostra que o fenômeno já está em curso e, segundo o BC, ajudará a reduzir o ritmo da inflação em 2012 para um patamar próximo de 4,5%, no centro da meta. Por isso, houve espaço para cortar o juro pela terceira vez seguida na semana passada, para 11% ao ano.

Diante da aposta que os preços tendem a desacelerar ainda mais nos próximos meses, o BC reforçou a expectativa dos economistas de que é possível reduzir o juro mais vezes até que a taxa Selic tenha um dígito em 2012. Os cortes, somados às medidas de incentivo ao crédito, tentam reanimar a economia que ficou estagnada no terceiro trimestre. O plano é baratear financiamentos para levar famílias às compras e, assim, amenizar o efeito da crise.

Divulgada ontem, a ata do encontro da semana passada mostra que as preocupações do BC com a inflação são decrescentes. Mesmo com o IPCA acima da meta no período de 12 meses (veja texto na página ao lado), o comitê reafirmou que o pico da inflação ocorreu no terceiro trimestre e que, agora, os preços começam a "recuar na direção da trajetória de metas". Por isso, o BC acredita em inflação "ao redor do valor central da meta" em 2012, abaixo do que foi indicado na ata da reunião anterior, em outubro, quando a previsão estava "acima do valor central".

Parte dessa desaceleração pode ser atribuída à influência da crise externa. Com a crise internacional, diminuem as compras em todo o mundo e preços começam a cair. A retração é sentida no Brasil, por exemplo, via produtos básicos – as chamadas commodities. Apenas em novembro, o preço médio desses produtos caiu 1,7%, segundo o BC. O movimento é potencializado com a atividade doméstica estagnada.

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