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Referência para todos os empréstimos, a Selic vem sendo reduzida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC desde setembro de 2005. A taxa, que estava em quase 20% ao ano, recuou até os atuais 11,5%. "Se houver pressão inflacionária mais forte, o Banco Central passará a agir com mais rigor", diz Sérgio Vale, economista da consultoria MB Associados. Uma deterioração da crise externa faria o Copom aumentar a taxa para garantir que a inflação não ultrapasse a meta de 4,5% ao ano fixada para 2007 e os próximos dois anos.

Como a maioria dos analistas, Vale mantém a aposta de que o comitê vai cortar 0,25 ponto da Selic na próxima reunião. Mas a aceleração da inflação nas últimas semanas tem enfraquecido a expectativa de que haverá outros dois cortes até dezembro, enquanto ganham força as previsões de que a taxa fechará o ano em 11,25%.

A queda do juro brasileiro colaborou para a forte expansão do crédito: deu impulso à indústria e ao varejo e alimentou a projeção de que a economia crescerá quase 5% neste ano. Quem financiou casa ou automóvel nos últimos tempos conhece bem os efeitos do juro mais baixo. Somado ao aumento dos prazos de pagamento, ele vem alimentando os recordes registrados mês a mês pela indústria automobilística – a venda de veículos cresceu 27% em 2007 – e pelo financiamento habitacional, que avançou mais de 70%.

Essa euforia estará ameaçada caso o Copom entenda que é necessário elevar a Selic, o que não faz desde maio de 2005. Nessa hipótese, bancos e financeiras vão repassar os custos para seus clientes, e o valor das prestações poderá extrapolar o orçamento do consumidor. Por sinal, dias depois que as bolsas despencaram, algumas instituições congelaram ou elevaram os juros mensais dos financiamentos – e, após seis meses consecutivos de baixa, o juro médio cobrado do consumidor parou de cair em agosto. (FJ)

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