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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Rio de Janeiro – A retomada da valorização do real abre espaço para o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzir em 0,25 ponto porcentual a taxa Selic ao final da reunião de hoje, mas ainda assim o juro real do Brasil continuará como o segundo maior no mundo. Com a queda, o juro real passaria de 7,1% para 6,8%, taxa muito distante da terceira colocação, onde estão embolados quatro países – Austrália, Israel, Inglaterra e Filipinas –, na faixa de 4,4%.

Os dados são de pesquisa feita pela consultoria Up Trend com base em informações relativas a 40 países. Os juros básicos médios do grupo são de 2,6%. O maior juro é o da Turquia, que ontem reduziu sua taxa básica de 17,25% para 16,75% e mesmo assim se manteve como a taxa real mais alta: 9,1%. Apesar de ser a segunda maior taxa no mundo, o juro básico brasileiro já está no menor patamar para períodos de estabilidade econômica.

"Uma taxa acima de 5% é ruim, não tem efeito expansivo para a economia. Agora, o importante é que estamos num ponto a que nunca chegamos no Brasil antes. É o mais importante que a gente tira disso", diz o economista-chefe da Up Trend, Jason Vieira. Países como os Estados Unidos, por exemplo, conjugam inflação baixa (2,2%) com juros básicos menores (4,75%), o que gera juros reais de 2,2% ao ano.

No caso brasileiro, a valorização do real nas últimas semanas reforçou a avaliação dos que acreditam que a taxa Selic pode cair hoje. Esse comportamento cambial abriria espaço para o Copom reduzir mais uma vez a taxa Selic, um cenário que não era cogitado por economistas logo após a última reunião, há 45 dias, quando a cotação do dólar estava em R$ 1,95. Ontem, a moeda terminou o dia a R$ 1,815.

O real valorizado barateia os custos de produtos e favorece as importações, o que tende a deixar os preços internos mais comportados. Além disso, os últimos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – 0,18% em setembro – vieram melhores do que o esperado pelo mercado.

"Este dólar baixo de ontem corrobora a tese de que os preços tendem a ficar mais controlados. Pode ter mais um corte", diz o responsável por inflação do Grupo de Conjuntura do Instituto de Economia da UFRJ, Carlos Thadeu de Freitas Filho.

O economista da MB Associados, Sergio Vale, também avalia que há espaço para mais um corte da Selic nesta reunião. Ele acredita, contudo, que não haverá novo corte na última reunião do ano, em dezembro.

Apesar da perspectiva de inflação mais baixa, é grande a parcela dos analistas que acreditam na manutenção da Selic nos atuais 11,25% ao ano.

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