O juiz Arthur Gonzalez, do Tribunal de Falências de Manhattan, nos Estados Unidos, autorizou, a montadora norte-americana Chrysler a seguir adiante com o plano de vender seus ativos em concordata e formar uma aliança com a Fiat, apesar da objeção de alguns credores. O juiz aprovou as regras que vão ditar ofertas futuras pelos ativos da Chrysler caso surjam outros compradores para competir com a montadora italiana. Gonzalez disse que o processo de venda oferecerá "um processo de lances justo e ordenado".
Um grupo de credores que luta contra o plano de reestruturação da Chrysler instou Gonzalez a rejeitar o processo de ofertas, chamando-o de "defeituoso". Eles disseram que as regras visam comprimir lances competitivos e assegurar que o acordo com a Fiat siga adiante, forçando uma venda em questão de semanas.
Compradores rivais têm apenas duas semanas para formular uma oferta, mas a Chrysler alega que a empresa está perdendo valor e precisa concluir uma venda rapidamente. Corinne Ball, advogada da concordata da montadora, disse à Gonzalez que "o tempo não é amigo"
A Chrysler entrou com pedido de concordata na semana passada, com plano de vender a maioria de seus ativos para uma nova empresa que será controlada pela Fiat, o sindicato dos trabalhadores do setor (UAW, na sigla em inglês) e os governos canadense e norte-americano. A venda é a peça-chave da reestruturação, que também pede pela troca da dívida assegurada de US$ 6,9 bilhões por US$ 2 bilhões em dinheiro
Embora a Chrysler tenha um acordo estabelecido com a Fiat, empresas em proteção judicial que estão vendendo seus ativos dão a compradores competidores a chance de fazer ofertas rivais, normalmente por meio de um leilão. O processo visa elevar o preço de venda e assegurar que os credores tenham o melhor acordo
Dentro das regras aprovadas por Gonzalez, compradores rivais precisam enviar seus lances até o dia 20 de maio e a oferta vencedora será escolhida em 26 do mesmo mês. Gonzalez fará uma audiência, programada para o dia 27 deste mês, para aprovar a venda da Chrysler.
Thomas Lauria, advogado do grupo de credores contrário à reestruturação da Chrysler, afirma que um potencial comprador não seria considerado qualificado dentro das regras de ofertas se o acordo não fosse exatamente equivalente aos termos e condições da transação da Fiat, mesmo se o comprador oferecesse mais que US$ 2 bilhões em dinheiro.



