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Lucro maior não evita queda das ações

A Klabin teve receita líquida de R$ 715 milhões no segundo trimestre, valor 3,5% superior ao do trimestre anterior e 7,1% maior que o do mesmo período do ano passado. Influenciado pela desvalorização do dólar, que reduziu o endividamento da empresa, o lucro líquido cresceu 24,8% sobre os três primeiros meses do ano e 111,2% em relação ao segundo trimestre de 2006, atingindo R$ 207 milhões. A margem de lucro Ebitda (antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de 28%, pouco abaixo dos 29% do trimestre anterior e acima da margem obtida em igual período de 2006 (25%).

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Antes mesmo de concluir o atual processo de expansão, a Klabin já estuda uma nova ampliação na capacidade de produção da fábrica de papéis e cartões para embalagem Monte Alegre, em Telêmaco Borba (Campos Gerais). O anúncio foi feito ontem, durante a divulgação dos resultados da empresa no segundo trimestre. Em outubro, a nova máquina de cartões revestidos começa a funcionar, elevando de 700 mil para 1,1 milhão de toneladas a capacidade anual de produção da unidade. A intenção da Klabin é, na seqüência, aumentar esse volume para 1,5 milhão de toneladas por ano.

"Ainda são estudos preliminares. Eles decorrem do fato de que, no projeto de expansão que estamos prestes a concluir, foram feitos investimentos em infra-estrutura que nos permitem considerar, no futuro, uma nova capacidade de produção", disse, em entrevista coletiva, o diretor financeiro e de relações com investidores da Klabin, Ronald Seckelmann. "Ainda não há previsão de valor a ser investido, e mesmo os prazos que mencionamos estão sujeitos a revisão." Em seu relatório trimestral, a empresa informou que o novo projeto deve ser apresentado ao conselho de administração até o fim de 2008, com início de produção previsto para 2010.

Segundo a Klabin, a ampliação atual, apelidada de Projeto MA 1100, atingiu seu pico no fim do mês passado, com quase 5,5 mil trabalhadores no local. "O cronograma físico está sendo cumprido e estão mantidas as datas previstas de partida dos principais equipamentos do projeto", informou a empresa. Com investimento de R$ 424 milhões no último trimestre, o valor aplicado na expansão desde o ano passado atingiu R$ 1,463 bilhão. Outros R$ 537 milhões serão investidos até o fim deste ano e, em 2008, mais R$ 200 milhões completam o total de R$ 2,2 bilhões destinado ao MA 1100. Desse valor, cerca de R$ 1,7 bilhão foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), naquele que foi o quinto maior empréstimo já concedido pelo banco.

O balanço da Klabin aponta que, com a liberação de recursos para o MA 1100, o endividamento líquido subiu de R$ 1,14 bilhão para R$ 1,34 bilhão entre março e junho, fazendo com que a relação entre a dívida líquida e o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) chegasse a 1,7. No entanto, o índice segue dentro das metas: a empresa espera que a dívida líquida seja equivalente a, no máximo, duas vezes o valor do Ebitda.

De acordo com o relatório, a fábrica parou por quatro dias no último trimestre, para preparar a conexão entre as instalações atuais e os novos equipamentos – a ligação deve ser concluída durante uma nova parada, de 12 dias, em setembro. Em outubro, a máquina de papel inicia a produção e a fase de ajustes operacionais. Por dois meses, a energia elétrica necessária para as novas instalações será comprada no mercado, sendo substituída, em dezembro, pela energia da caldeira de força que está sendo construída.

"Com a nova máquina de cartões revestidos, poderemos participar mais de mercados em que não atuamos tanto, como a Ásia e, principalmente, a América do Norte", disse Seckelmann. Segundo ele, a desvalorização do dólar não deve comprometer a exportação para essas regiões, já que os cartões revestidos são uma "especialidade" – ao contrário do papel para embalagem (kraftliner), que, por ser uma commodity, segue os preços estabelecidos pelo mercado internacional.

Seckelmann ressaltou que a operação da nova máquina não deve ter impacto significativo nos resultados da Klabin em 2007. "Seus efeitos vão ficar mais visíveis a partir do ano que vem, quando ela atingir 80% de sua capacidade máxima." O pico de produção do MA 1100 está previsto para 2009.

Fernando Jasper

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