• Carregando...
A Universidade Norte do Paraná (Unopar), em Londrina, faz parte da Kroton Educacional no estado | Divulgação/Kroton
A Universidade Norte do Paraná (Unopar), em Londrina, faz parte da Kroton Educacional no estado| Foto: Divulgação/Kroton

Perspectivas

Mercado espera mais negócios no setor educacional

O negócio entre Kroton e Anhanguera ocorre em meio a um ambiente aquecido para o segmento de educação no país. Recentemente, a Abril Educação, também agressiva em aquisições, anunciou a compra das escolas de línguas estrangeiras Wise Up. Embora Kroton e Anhanguera neguem a intenção de partir para novas aquisições ou parcerias – inclusive com a Estácio, terceira maior rede de ensino do país – analistas de mercado acreditam que é justamente esse caminho que as duas empresas vão trilhar. "Esse é um mercado que está em franca consolidação", diz Mikail Ojevan, gerente sênior da consultoria PwC na Região Sul. Com porte reforçado, Kroton e Anhanguera devem partir para novas aquisições regionais, principalmente em áreas onde não haja sobreposições e com interesse em escolas de maior porte. O setor vem registrando movimentações em todo o país. No Sul, a principal delas deve ser do grupo Positivo, que estuda atrair um sócio estratégico ou abrir capital da sua área de educação.

A Kroton Educacional anunciou ontem a incorporação da Anhanguera Educacional, em uma operação de troca de ações avaliada em R$ 5 bilhões. A fusão das duas maiores companhias de ensino de capital aberto do país cria uma gigante com valor de mercado de cerca de R$ 12 bilhões, 1 milhão de alunos e presença em 835 cidades.

Enquanto a Kroton tem forte presença no Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia e Paraná, a Anhanguera está em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rio Grande do Sul. No Paraná, a Kroton é dona da Universidade Norte do Paraná (Unopar), da Faculdade Pitágoras, em Londrina, e da Faculdade União, em Ponta Grossa. A Anhanguera, por sua vez, administra a Unipan, em Cascavel. A companhia não quis comentar qualquer plano de investimentos no estado.

A união das duas maiores companhias de ensino privado do país trará uma geração de caixa de R$ 1 bilhão somente neste ano. "Nós já éramos a primeira e a terceira maiores companhias do mundo em valor de mercado e juntas somos mais que o dobro que a segunda maior companhia de educação do mundo, a New Oriental", afirmou, em teleconferência com analistas, o presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, que será o futuro presidente-executivo da empresa combinada após a aprovação do negócio por autoridades de defesa da concorrência.

Segundo as companhias, a união visa a liderança no ensino superior no país e a criação de uma empresa com forte presença também no ensino à distância e educação básica. A operação ainda está sujeita ao crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Para Rogério Duquech, sócio diretor da GO4! Consultoria, as empresas não devem ter dificuldade em receber a aprovação, já que o mercado de educação é bastante fragmentado. "O Cade aprovou anteriormente operações que representavam um grau de concentração muito maior, como o caso da Sadia e da Perdigão e da Nestlé e da Garoto", afirma.

Pelo acordo, a Kroton vai adquirir as ações da Anhanguera, considerando para a troca a relação de 1,364 ação ordinária da Kroton por cada papel de mesma classe da Anhanguera. Após a conclusão da operação, o controle da nova companhia permanecerá disperso, com a Kroton detendo a parcela majoritária de 57,48% da nova empresa formada e a Anhanguera 42,52%. A Kroton vai emitir 198.763.627 de novas ações para incorporar a Anhanguera.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]