iPad caro é incentivo a mercado paralelo
A diminuição do preço do iPad não diminui o peso dos tributos que incidem sobre o tablet da Apple, que no Brasil chega a quase 55%. Entre esses tributos estão o ICMS, PIS, Cofins e o IPI, sendo que o último detém a maior parte da fatia, com 20%. Estuda-se a diminuição desses tributos com a entrada dos tablets em leis que pretendem facilitar o acesso da população aos computadores, como a Lei da Informática e a MP do Bem. Com isso, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o iPad teria uma redução de cerca de 30% no preço.
Mesmo com a queda após o anúncio do iPad 2, o preço do tablet no Brasil variou pouco. Com o lançamento da nova versão, a antiga teve redução de US$ 100 no preço, o que chegou ao Brasil como algo entre R$ 200 e R$ 250. Na época do começo das vendas no país, o aparelho de 64 GB com Wi-Fi e 3G custava R$ 2.599. Hoje, o preço desse mesmo iPad fica em R$ 2.399.
Enquanto a redução dos tributos não chega, o mercado paralelo de iPads continua grande. Em sites, como o Mercado Livre, é fácil encontrar propostas de aparelhos com preços menores do que os encontrados nas lojas brasileiras. Até mesmo o iPad 2 já está à venda, custando entre R$ 4,5 mil e R$ 2,5 mil (modelo de 64 GB com Wi-Fi e 3G), o que seria mais que o dobro do valor do mesmo aparelho nos Estados Unidos, que é de US$ 829 (cerca de R$ 1,3 mil).
Um problema desse tipo de compra, no entanto, é a confiabilidade já que não há garantias quando a procedência do produto ou idoneidade do vendedor. Outra possibilidade que os brasileiros encontram é a de pedir para amigos em viagem ao exterior ou comprar de pessoas conhecidas que trazem os produtos para revender no país. (MS)
O que tem de novo?
O iPad 2 ainda não tem data para começar a ser comercializado no Brasil, mas algumas novidades já têm chamado a atenção dos consumidores do país
- Mais fino e leve: a nova versão do iPad conta com 8,8 mm de espessura, contra 13,4 mm da primeira versão. O peso é de 601 g;
- Novo processador: o novo chip A5 é duas vezes mais rápido que o seu predecessor, o A4. Isso por contar com dois núcleos de processamento;
- Duas câmeras: algo que muitos consumidores sentiram no aparelho da primeira geração é a falta de câmera. O iPad 2 vem com duas câmeras, uma delas frontal que possibilita videoconferências.
Com o lançamento do iPad 2 nos Estados Unidos, não foi apenas o preço da primeira geração do aparelho que caiu nas lojas brasileiras, as vendas também sofreram um impacto. A maioria das lojas que vendem o produto em Curitiba sentiu que os consumidores preferem esperar pela chegada da nova versão do que comprar a primeira, o que na prática significa ficar com um produto já defasado tecnologicamente.
No primeiro dia de vendas do iPad no Brasil, em dezembro do ano passado, a Fnac do ParkShopping Barigüi teve 46 unidades vendidas. Apesar da queda do preço, que caiu entre R$ 200 e R$ 250, apenas 33 iPads foram comprados em todo o mês de abril. Outra livraria da cidade também percebeu uma queda nas vendas do tablet. "Quando lançou, vendia a média de 12 por dia. Agora você vende por mês 30, 40 unidades", conta a gerente da rede, Kati de Abreu.
Segundo os vendedores, a maioria dos consumidores acaba perguntando quando a nova versão chegará às prateleiras. "As vendas diminuíram um pouco, porque os clientes estão esperando o iPad 2. Bastante gente tem procurado e perguntado pelo prazo de entrega", disse o vendedor da Fnac, Maurício Oliveira. Segundo o vendedor da Fast Shop, Roberto Ferreira do Nascimento, mesmo quem compra a primeira geração pergunta quando a segunda geração vai chegar.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) homologou a venda do iPad 2 nas suas duas versões no dia 31 de março, porém não se sabe quando a venda começa por aqui. Alguns vendedores de lojas especulam que dentro de um mês ou dois o produto estará disponível para os consumidores brasileiros.
Perfil
Os usuários do iPad seguem um perfil variado. Alguns preferem o tablet para lazer, outros para trabalho. Nascimento acredita que a função do iPad é mais lúdica: "Alguns compram para o trabalho, mas orientamos que ele é mais voltado para o lazer mesmo". A vontade comum desses consumidores é de ter um aparelho leve, de fácil mobilidade e que fornece conexão à internet.
Para Kati, os consumidores são bem diferentes. "Tem pessoas que compram pros filhos, alguns empresários compram para o trabalho. Tem muitas mulheres comprando também", conta a gerente. O tablet é muito vendido para servir como presente, seja para os filhos, namorados e amigos.
Para o advogado Luís Gustavo Fraxino, que ganhou o aparelho de presente de um amigo, o iPad é ideal para o consumo de informações. "Com ele, consigo acessar aplicativos que me dão acesso aos maiores jornais do mundo, assim posso me manter informado sempre", conta Fraxino. O também advogado, Demétrio Frederico Riffel Jorge, prefere utilizar seu iPad para o trabalho. "É uma ótima fonte de informação", considera Jorge.
A nova geração
A estudante de design, Carolina Lima Ribeiro, de 18 anos, ficou quase nove horas na fila da loja da Apple em Nova York, no dia do lançamento do iPad 2, dia 11 em março. "Estava fazendo intercâmbio e dei a sorte de estar na cidade no dia do lançamento. Como meu pai tinha pedido para eu trazer um, aproveitei para ver o evento. Eles fecham a loja, é como uma festa", relata.
Carolina é uma das consumidoras que teria esperado a chegada da nova versão no Brasil, se não tivesse tido essa oportunidade. Ela considera que as novidades do aparelho são essenciais: "Ele á fácil de ser usado por ser touch screen e as duas câmeras e o FaceTime são coisas que teriam me efeito esperar para comprar o iPad 2", garante.
Já Fraxino, usuário da primeira geração, disse que não pensa em trocar seu tablet tão cedo. "Essas novidades não me fazem falta, para a utilidade de um tablet ele está bom", assegura.
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