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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta terça (8) que o os países da América Latina devem fortalecer as relações comerciais com a China e a União Europeia em meio ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O pedido ocorre em meio à escalada das tensões entre os Estados Unidos e a China com retaliações fiscais de lado a lado que estão impactando diretamente a economia de todo o mundo, com as bolsas de valores despencando e a cotação do dólar em disparada.
“No presente cenário global, é essencial que tenhamos maior coordenação prévia intra-Celac para subsidiar tais contatos, sobretudo com a China e União Europeia, com quem devemos ter reuniões no presente ano”, disse o ministro durante uma reunião preparatória de ministros para a Cúpula de Líderes da Celac nesta quarta (9), em Honduras, que terá a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Mauro Vieira afirmou que o “sistema internacional” está passando por transformações diante das “crescentes tensões geopolíticas e pelo refluxo do unilateralismo e do protecionismo”.
“A Celac deve fortalecer-se, de modo a permitir que continuemos, de forma unida e firme, a atuar em temas que são caros para a região”, disse segundo registrou a Folha de S. Paulo na reunião.
O ministro ainda valorizou a proposta de realização do 4º Fórum Celac-China em Pequim, dentro das comemorações de uma década da parceria, classificando o encontro como “estratégico” para consolidar uma agenda de cooperação econômica e investimentos com o gigante asiático.
“Entendemos que se trata de uma reunião estratégica, em um momento político especialmente relevante para demonstrar a importância de uma agenda de cooperação econômica e de investimentos para a região”, completou.
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Nas redes sociais, Lula afirmou que "viemos discutir o fortalecimento da integração regional e ampliar a articulação entre os países da América Latina e do Caribe".
Embora o Brasil tenha recebido uma tarifa mínima de 10%, países como Venezuela e Nicarágua foram mais duramente afetados, com taxas de 15% e 18%, respectivamente. O México, por sua vez, escapou da rodada mais recente de sanções, apesar de já ser parcialmente tarifado em produtos específicos.