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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Crescimento

260 mil televisores LCD foram vendidos no Brasil durante o primeiro semestre de 2007. No mesmo período, 90 mil aparelhos de plasma foram comercializados. Fabricantes tradicionais, como LG e Samsung, no entanto, continuarão apostando nas duas tecnologias.

A tecnologia de cristal líquido (LCD) em televisores está se sobrepondo à de plasma. Pelo menos há vários indícios – vindos de pesquisas de mercado e dos investimentos feitos pelas fabricantes – de que isso está ocorrendo. De acordo com um levantamento recente da consultoria IT Data, no primeiro semestre deste ano foram vendidas 260 mil televisores LCD contra 70 mil no mesmo período de 2006, ou seja, houve um crescimento de 271%. As vendas de tevês de plasma ficaram praticamente estagnadas. No primeiro semestre foram comercializadas 90 mil unidades contra 80 mil do mesmo período do ano passado, uma alta de 11,1%. Mesmo assim, alguns fabricantes continuam apostando no plasma e acreditam que as duas tecnologias vão conviver ainda por um bom tempo.

Para o diretor de pesquisas da IT Data, Ivair Rodrigues, existe uma tendência mundial de predominância do LCD. "O produto LCD está se tornando padrão no mundo inteiro, por decisão da própria indústria. O LCD consome menos energia, enquanto o plasma só é bom para tamanhos de tela grandes. Você não encontra menor que 42 polegadas", diz. Esta limitação da tecnologia de plasma diminui a oferta de produtos. O site de pesquisa de preços Bondfaro.com mostra 296 televisores de LCD, contra 30 modelos de plasma.

Com mais opção, também há diferença no valor. Os televisores de LCD custam hoje a partir de R$ 419 – como o modelo Samsung CL21K40 LCD de 21 polegadas – e chegam a incríveis R$ 152 mil – que é quanto pedem pelo modelo Sony Bravia KDL-70XBR3 de 70 polegadas. Os televisores de plasma, por sua vez, podem ser encontrados a partir de R$ 3.199 – como o modelo Semp Toshiba PL4210W de 42 polegadas – até ainda mais impressionantes R$ 269 mil – o preço de uma Panasonic TH103PF9U de 103 polegadas.

Ainda conforme o estudo da IT Data, os modelos de LCD mais vendidos neste momento são os com 32 polegadas, mas os com mais de 40 polegadas e os de telas menores estão ganhando participação. Os produtos mais ofertados, de 20 polegadas a 42 polegadas, custam entre R$ 1,8 mil a R$ 6 mil. No caso das tevês de plasma, os aparelhos com telas de 42 polegadas e com tecnologia HD (alta definição) são os mais vendidos. A maior parte dos produtos está na faixa dos R$ 3.199 a R$ 7 mil.

A gerente de produtos da Samsung, Daniela Hashizume, confirma que o mercado de televisores LCD cresceu mais que o de plasma, justamente por causa do tamanho dos aparelhos. "O LCD começa em 19 polegadas e vai até 70, por isso existe um número de modelos muito maior. As tevês de plasma começam em 40 polegadas, o que não é muito acessível, até pelo tamanho", explica. Mesmo assim, segundo ela, a Samsung vai continuar investindo em aparelhos de plasma. "Vamos aproveitar o quanto pudermos." Daniela lembra que alguns fabricantes, no entanto, desistiram do plasma há muito tempo.

Um destes é a Sony, que não fabrica mais aparelhos com a tecnologia há dois anos. Semana passada, no lançamento de novos modelos LCD da linha Bravia, o gerente da linha de televisores da Sony Brasil, Willliam Lima, disse que o plasma já foi ultrapassado. "Procuramos sempre atuar com produtos de alta tecnologia e oferecer a melhor qualidade de produtos e imagem para os consumidores. Por isso, desde dezembro de 2005 a Sony não fabrica modelos de plasma. O LCD é a tecnologia mais avançada e, definitivamente, é nosso foco no mundo todo", argumenta.

A multinacional lembrou que, em termos de porcentagem, o mercado brasileiro de LCD é o que mais cresce nos últimos anos, com taxas em torno de 400% de 2005 para 2006 e previsão de 200% de aumento para 2007. A expectativa da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) é que, no acumulado do ano, as vendas de aparelhos de LCD e plasma atinjam cerca de 750 mil a 1 milhão de unidades. No ano passado, as duas tecnologias foram responsáveis pela venda de 350 mil aparelhos de tevê. A entidade não tem dados sobre vendas de cada tecnologia. As vendas totais de televisores devem ficar em 9,5 milhões, em comparação a 10,85 milhões em 2006.

A gerente de produtos de tevê da LG, Fernanda Summa, acredita que o plasma ainda tem grande fôlego no mercado. "Ainda existe demanda, tanto que não conseguimos atendê-la. As vendas continuam crescendo", justifica. Uma vantagem do plasma em relação ao LCD, segundo Fernanda, é a resolução EDTV, mais baixa, de 480 linhas, que não está disponível no LCD "e permite uma relação custo/benefício interessante para uma grande faixa de consumidores". Além disso, segundo ela, a diferença de consumo de energia, tida como uma grande limitação do plasma, não chega a 5%, se comparado ao LCD. "Havia o mito de que era mais da metade."

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