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Adeptos do rock e de música evangélica são hoje o principal mercado consumidor de instrumentos musicais no Brasil | Divulgação
Adeptos do rock e de música evangélica são hoje o principal mercado consumidor de instrumentos musicais no Brasil| Foto: Divulgação

O mercado de instrumentos musicais deve dobrar de tamanho nos próximos cinco anos com a entrada em vigor da lei 11.769, que estabelece a volta do ensino musical à educação básica a partir do próximo ano. O setor, que deve encerrar 2010 com faturamento de R$ 610 milhões, pode alcançar R$ 1,5 bilhão em receita até 2015, segundo projeção de Synésio Batista da Costa, presidente da Associação Brasileira da Música (Abemúsica), que abriu na última quarta-feira em São Paulo a Expomusic 2010, principal feira do setor na América Latina.

Extinto em 1971, durante a ditadura militar, o ensino musical passará a ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo e nem reprobatório, da disciplina de Artes. Segundo Batista, com a entrada em vigor da lei serão necessários pelo menos 1 milhão de professores de música em todo o país – hoje são cerca de 10 mil. Apesar disso, ele descarta a possibilidade de gargalos de mão de obra. "Lógico que se todas as escolas resolverem adotar a música ao mesmo tempo a partir de primeiro de janeiro teremos um problema. Mas como as instituições terão cinco anos para se adaptar, esse não será um fator que poderá prejudicar a expansão do setor", acrescenta.

Para ele, a lei é um marco para o mercado musical, depois de quase quarenta anos sem o ensino de música nas escolas e de muito esforço para aprová-la no Con­gresso Nacional. "Toda uma geração de alunos se formou sem ter sido alfabetizada em música, que notadamente ajuda na aprendizagem de outras disciplinas, como a matemática, e no desenvolvimento de habilidades psicomotoras, cognitivas e emocionais", afirma.

Rock e Evangélicos

Mesmo sem a nova lei, o mercado musical vem crescendo, principalmente por conta da iniciativa de pais que colocam os pequenos para aprender piano, guitarra ou tocar bateria. As receitas do setor têm registrado avanço anual de 10%. O país tem hoje 5 milhões de alunos de música – há seis anos, esse volume era de 2 milhões. De acordo com a Abemusica, dos cerca de 50 milhões de jovens no Brasil, 34 milhões de jovens estão nas escolas.

O setor emprega hoje 40 mil pessoas e os fabricantes nacionais respondem por 40% das vendas de instrumentos e acessórios. A maior fatia do mercado (60%) está nas mãos de importados. O rock é o principal mercado consumidor de instrumentos musicais, seguido pelo segmento religioso, representado principalmente pelo público evangélico, que já responde por 25% dos negócios, de acordo com Batista.

Do faturamento do setor, pelo menos 30% são gerados pela Expomusic, feira anual de instrumentos musicais, áudio, iluminação e acessórios que ocorre há 27 anos. Considerada a quarta maior do mundo, a feira reúne neste ano cerca de 201 expositores nacionais e internacionais até 26 de setembro. O Paraná tem dez empresas na feira, como a curitibana Ledwave, que importa painéis visuais de alta definição da China. Segundo Gustavo Ouaknine, da área comercial, bandas e casas noturnas são o principal público da empresa, criada há seis meses. "A substituição da tecnologia, para a de alta definição, está impulsionando o mercado", afirma ele. Um painel da empresa custa em média R$ 170 mil, mas ele não revelou volume de vendas.

A repórter viajou a convite da Abemusica e da Francal Feiras

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