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O leilão de energia de reserva desta sexta-feira (23) contratou energia de 1.505 megawatts (MW) em projetos eólicos ao preço médio de 110,51 reais por megawatt-hora (MWh), em resultado considerado acima das expectativas pelo governo e por associação das empresas do setor. A energia no leilão foi vendida com um desconto de 5,54% ante o preço máximo inicial estabelecido de 117 reais por MWh.

"Foi um leilão de sucesso, que atingiu seus objetivos, ou seja, contratar uma quantidade expressiva de energia, a um preço bastante competitivo", disse o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, em coletiva de imprensa após o leilão. Segundo ele, o preço de energia vendida foi "surpreendentemente baixo", diante das regras mais rígidas no leilão e alta do dólar afetando preços de equipamentos.

A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) considerou o resultado do leilão muito acima das expectativas. "O resultado de 1,5 GW foi fantástico... E gostamos do preço médio também. Não esperávamos que (o resultado do leilão) fosse tão bom", disse a presidente da associação, Elbia Melo, após o leilão. Segundo ela, a associação espera que cerca de 2 GW de nova capacidade de energia eólica sejam viabilizados por ano no país.

No leilão, foram vendidos 118.428.660 MWh de energia, em contratos de 20 anos, com início de entrega de energia a partir de setembro de 2015. Os leilões de reserva servem para incrementar a oferta de energia do sistema e reduzir os riscos de desequilíbrio entre a oferta e demanda de energia.

Os 66 projetos vencedores do leilão estão na Bahia, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Piauí, Ceará e Pernambuco. O leilão movimentou 13,07 bilhões de reais em contratos de energia elétrica comercializados.

O preço mais baixo da energia vendida no leilão foi de 98,5 reais por MWh, de um parque na Bahia. O preço mais alto foi de 116,29 de parques em Caetité, na Bahia. A Renova Energia foi uma das vencedoras no leilão, e vendeu 73,7 MW médios de nove parques eólicos, localizados no estado da Bahia, que correspondem a 159 MW de capacidade instalada, informou a empresa em comunicado separado.

Com 377 projetos cadastrados, no total de cerca de 9 gigawatts (GW) o leilão ocorreu em momento em que empresas enfrentavam um cenário menos propício para realizar ofertas agressivas, com a alta do dólar influenciando o preço de equipamentos e exigência de maior eficiência dos parques. "O que essa grande oferta nos indica é que existe um espaço para a eólica crescer na matriz (energética)", disse Tolmasquim.

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) ainda não divulgou o nome de todos os vencedores no leilão.

Regras

Nesse leilão, passou a valer a regra de que parques eólicos têm que garantir uma eficiência de 90 por cento da geração de energia declarada (P90), ante 50 por cento nos leilões anteriores.

Além disso, os empreendimentos interessados em vender energia tiveram que primeiramente disputar uma "vaga" para conexão ao sistema de transmissão de energia - regra estabelecida pelo governo com objetivo de evitar que atrasos na construção de linhas de transmissão prejudiquem a entrada em operação dos parques.

Segundo Tolmasquim, o leilão desta sexta-feira viabiliza projetos que usarão 25 por cento do total da capacidade do sistema de transmissão que estava disponível no leilão.

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