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O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) descartou nesta sexta-feira (18) a possibilidade de adiamento do leilão do pré-sal do campo de Libra (Santos) e disse que o governo usará as forças militares deslocadas para o Rio de Janeiro, se necessário, para conter "manifestações radicais" contra o leilão.

"Nós achamos melhor fazer um processo que previna a atuação de alguns grupos mais radicais para que esses grupos saibam que eles não terão sucesso. É dever do Estado ter uma contenção para um evento dessa natureza que tenha poder dissuasório sobre qualquer aventura de uso de meios não democráticos para o protesto", afirmou.

A presidente Dilma Rousseff convocou o Exército, a pedido do governo do Rio, para garantir a realização do primeiro leilão do pré-sal. A partir de domingo, 24h antes do leilão, parte do bairro da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, onde ocorrerá o leilão terá a segurança controlada por militares.

A mobilização contará com 1.100 homens do Exército, das polícias Federal, Rodoviária Federal, da Força Nacional, além de agentes das polícias Civil e Militar do Rio.

Segundo Carvalho, o governo respeita e considera as manifestações "legítimas", mas vai usar os militares deslocados para o Rio de Janeiro com o objetivo de conter protestos radicais.

"Nós esperamos que as manifestações ocorram dentro do processo democrático, sem que haja nenhuma violência e nenhuma pessoa ferida. Enfim, que haja como sempre o processo democrático sem o uso da violência."

O ministro disse que as manifestações não vão comprometer o leilão porque o governo está tomando "providências" para que ele ocorra sem adiamentos. "Estamos tomando todas as medidas para que o leilão transcorra porque nós entendemos que a maioria do povo brasileiro está de acordo que a gente utilize os recursos do petróleo do jeito que está proposto e de maneira que beneficie a todo o povo brasileiro."

Carvalho afirmou que a presidente Dilma Rousseff está com a "preocupação natural" de ouvir os manifestantes e, ao mesmo tempo, defender que elas ocorram de forma democrática durante o leilão. O ministro disse que o governo respeita setores que têm posição contrária ao leilão, mas que no sistema de partilha firmado na gestão do ex-presidente Lula a exploração dos campos de petróleo se faz necessária.

"Nos interessa que essa riqueza seja, de fato, explorada, que ela venha a tona, e que ela possa constituir uma riqueza do povo brasileiro através do próprio fortalecimento da Petrobras, através dos fundos que vão nos permitir maior investimento na educação e na saúde. Não faz sentido esses recursos ficarem embaixo da terra. Eles têm que vir à tona."

China

Sobre a possibilidade de empresas da China vencerem o leilão, Carvalho disse que o governo entende que a Petrobras vai continuar com o controle sobre a exploração do campo de Libra -mesmo com a presença do capital estrangeiro.

"A Petrobras continua com o controle, entendemos assim. Depois que estabelecemos o sistema de partilha, não temos mais esse risco [de cair nas mãos da China]. A presença do capital internacional é necessária para que haja a exploração, mas o controle e a parte maior dos recursos, a imensa maioria dos recursos, são do povo brasileiro. Temos consciência tranquila quanto a isso", afirmou.

Três chinesas estão entre as 11 empresas que vão participar do leilão do campo de Libra, na bacia de Santos, a maior descoberta já feita no país. A área pode chegar a produzir 1 milhão de barris por dia em 2020, metade do que a Petrobras levou 60 anos para conseguir.

Estarão na disputa a CNOOC (China National Offshore Oil Corporation), a CNPC (China National Petroleum Corporation) e a Sinopec, inscrita em parceria com a espanhola Repsol, de quem já é sócia no Brasil.

Elas se desenvolveram nos últimos 20 anos na busca de substitutos do carvão, depois que a China deixou de ser predominantemente rural.

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