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Tendência - Participação de ovinos cresce 70%

A crescente participação da ovinocultura na pecuária do estado é claramente percebida na Expoingá. O número de animais em exposição saltou de 480 em 2006 para 642 este ano. Um crescimento superior a 70%, que confirma a tendência de alta de segmento que ganha espaço não somente no campo, mas também na ponta de consumo da cadeia de produção. Já não é tão raro encontrar carne ovina nas gôndolas dos supermercados.

A Associação Paranaense de Produtores de Ovinos (Ovinopar) não tem estatística oficial sobre o rebanho. A entidade trabalha com um número estimado de 600 mil cabeças, contra 450 mil há dois anos. Um aumento de quase 35%, "que retrata um movimento verificado não só no Paraná, mas em todo o Brasil", diz Hamilton Mello, diretor da Ovinopar. O grande desafio é "produzir carne de qualidade, de animal novo, com pouca gordura e com sabor que não lembre um animal velho".

Nelson da Silva Virmond, presidente da entidade, explica que o consumo está crescendo e a prioridade é atender os mercados regionais. "Hoje ainda se consome cortes importados" – 70% vêm de fora do país, principalmente do Uruguai. A criação agrega renda à propriedade. No espaço de um boi, é possível colocar até 10 ovinos, com menor custo de produção e o dobro da rentabilidade.

Um exemplo é o rebanho do criador Michel Franklin da Silva, de Piraí do Sul, nos Campos Gerais. Em quatro anos o rebanho da Cabanha Nossa Senhora das Brotas saltou de 50 para 150 matrizes P.O. (puro de origem), animais fruto de seleção, utilizados para reprodução e melhoramento genético. (GF)

Maringá – O Paraná ainda não recuperou o status de área livre de febre aftosa, mas o movimento de animais na Exposição Agropecuária de Maringá (Expoingá) revela que, pelo menos internamente, o problema está solucionado. Nos seis primeiros leilões realizados durante o evento até terça-feira, o faturamento atingiu R$ 2,25 milhões. A expectativa dos organizadores é de um resultado superior a R$ 8 milhões, com a realização de 15 remates.

No ano passado, ainda sob o efeito da polêmica causada pela aftosa na região, a comercialização de animais na Expoingá rendeu R$ 4 milhões, praticamente a metade do valor projetado para este ano. O número de animais em exposição também aumentou, de 3 mil para 7 mil cabeças, principalmente bovinos, eqüinos e ovinos, uma atividade que começa a ganhar espaço entre os pecuaristas do Paraná.

Entre os destaques dos leilões estão os lotes de elite de gado nelore. Em um deles foi negociado por R$ 873 mil, uma média de R$ 24 mil por animal. Em outro remate, apenas de embriões, o preço chegou a R$ 720 mil. No fim de semana, um pecuarista arrematou 50% de uma bezerra nelore, de apenas 4 meses, por R$ 140 mil. Adalberto Góes, diretor de pecuária da Sociedade Rural de Maringá (SRM), entidade promotora da feira, explica que esse balanço parcial mostra que a região não apenas superou o episódio da aftosa, como está investindo no melhoramento genético do rebanho.

Góes acredita que o resultado poderia ser ainda melhor, não fosse a ausência dos produtores do Mato Grosso do Sul. Tradicionais expositores da Expoingá, eles não puderam participar porque o estado ainda não conseguiu resolver o problema da doença e continua interditado pelas autoridades sanitárias. Foi naquele estado que, em outubro de 2005, confirmou-se o caso de aftosa que respingou no Paraná e fez com que o Ministério da Agricultura (Mapa) reconhecesse, por decreto, focos da doença em rebanhos paranaenses.

Em 2006 a feira foi prejudicada pela suspeita de um foco de febre aftosa na Fazenda Cesumar, localizada dentro do município de Maringá. A liberação do Parque Francisco Feio Ribeiro ocorreu apenas 30 dias antes do início da exposição e prejudicou a inscrição de animais. A feira só aconteceu porque uma medição apontou que o local estava a 11 quilômetros da área suspeita. Uma instrução do Mapa interditou, na época, todas as propriedades e rebanhos num raio de 10 quilômetros de onde foram verificados focos da doença.

Serviço: A Expoingá, que teve início no dia 10, prossegue até domingo. A expectativa dos organizadores é atrair um público de 500 mil pessoas. Nos cinco primeiros dias, 210 mil pessoas passaram pelo parque.

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