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A Casas Bahia, líder nacional no setor varejista de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e móveis, reviu para baixo sua previsão de expansão e faturamento neste ano. "Já se passaram mais de dois terços do ano. Nós vimos que não vai ser possível atingir os R$ 13,5 bilhões de faturamento. Vamos nos aproximar dos R$ 12 bilhões ou R$ 12,5 bilhões", declarou Michael Klein, diretor-executivo da rede, durante a inauguração, ontem, do Centro de Distribuição da empresa em São José dos Pinhais, município vizinho a Curitiba. No ano passado, o faturamento da Casas Bahia foi de R$ 11,5 bilhões.

Além do faturamento ser menor, a rede conseguirá abrir pouco mais da metade das 100 novas lojas pretendidas para este ano. O saldo entre as filiais abertas e fechadas não vai passar de 60 unidades, de acordo com o diretor-executivo. O grupo fechou duas lojas no Paraná – em Cascavel e Maringá – e outras quatro em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, mas ainda estão previstas 28 inaugurações até o fim do ano. Outras unidades que não estejam faturando bem podem ser fechadas ainda neste ano. "Não vamos deixar algumas lojas que estão deficitárias prejudicarem o movimento de outras", declarou.

O diretor-executivo não conta quantas dessas "lojas deficitárias" devem fechar suas portas nos próximos meses. "Pode até ser que o movimento de fim de ano salve algumas delas." Mas o plano de expansão, garante Michael Klein, não muda – ele só foi "esticado". "Das 100 lojas, metade eu já abri este ano e metade vou abrir no ano que vem", explicou.

As razões para o crescimento abaixo do esperado, segundo Klein, passam pelos percalços enfrentados pela agricultura e pelo setor exportador, e pela queda no poder de compra da população. "O pessoal que compra nas Casas Bahia não teve aumento de renda", justificou. Mas um novo fator contribuiu para o desempenho reduzido este ano. "Nós sentimos que, com o aumento do crédito consignado [com desconto na folha de pagamento], os clientes passaram a receber menos todo mês." Isso porque parte do salário ou da aposentadoria de pessoas que fizeram o empréstimo já fica comprometido com o pagamento da dívida, descontado diretamente na fonte de renda destas pessoas. Sobra menos dinheiro, portanto, para gastar no varejo. "Existe um período para a amortização desta dívida que foi contraída. Temos que esperar este tempo passar."

Para o fim do ano, a rede projeta um aumento de 10% nas vendas em comparação com o fim do ano passado. Mais uma vez, a projeção tem a interferência dos empréstimos consignados, só que desta vez ela é positiva. Isso porque os descontos desta modalidade de crédito não incidem sobre o 13.º salário. "O 13.º não está comprometido, e isso vai sobrar para o consumo", afirmou o diretor Klein.

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