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Greve em portos ameaça comércio exterior de Portugal- Os trabalhadores portuários começaram ontem uma greve de cinco dias que, segundo os agentes do setor, custará ao país já em dificuldades milhões de euros e poderia até provocar escassez de alimentos e combustível. Cerca de 70% do comércio exterior de Portugal, que inclui as importações de petróleo, é realizado por via marítima. Portugal se esforça para superar uma pesada dívida e precisou de um empréstimo de resgate de US$ 78 bilhões (US$ 99 bilhões) no ano passado, para evitar um calote. O governo tem a esperança de que as exportações possam ajudar o país a sair da recessão que, segundo os prognósticos, deve continuar este ano. A Associação Portuguesa de Agentes de Navegação calcula que a greve custará a Portugal dezenas de milhões de euros. A Confederação de Sindicatos Marítimos e Portuários convocou a greve para evitar demissões no setor. Segundo a confederação, a greve paralisará a maioria dos portos portugueses. | Rafael Marchante/Reuters
Greve em portos ameaça comércio exterior de Portugal- Os trabalhadores portuários começaram ontem uma greve de cinco dias que, segundo os agentes do setor, custará ao país já em dificuldades milhões de euros e poderia até provocar escassez de alimentos e combustível. Cerca de 70% do comércio exterior de Portugal, que inclui as importações de petróleo, é realizado por via marítima. Portugal se esforça para superar uma pesada dívida e precisou de um empréstimo de resgate de US$ 78 bilhões (US$ 99 bilhões) no ano passado, para evitar um calote. O governo tem a esperança de que as exportações possam ajudar o país a sair da recessão que, segundo os prognósticos, deve continuar este ano. A Associação Portuguesa de Agentes de Navegação calcula que a greve custará a Portugal dezenas de milhões de euros. A Confederação de Sindicatos Marítimos e Portuários convocou a greve para evitar demissões no setor. Segundo a confederação, a greve paralisará a maioria dos portos portugueses.| Foto: Rafael Marchante/Reuters
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Ajustes

40 bilhões de euros é o tamanho do ajuste que a Espanha precisa fazer em 2012 para atingir sua meta de déficit, segundo a agência de classificação de risco Moody’s. O valor supera em 42,8% o total combinado de ajustes assumidos entre 2010 e 2011. No dia 30 de dezembro, o governo espanhol anunciou que os cortes de 8,9 bilhões de euros nos gastos públicos e o aumento de 6,2 bilhões de euros nos impostos permitirão que o país elimine mais de 15 bilhões de euros em gastos.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse ontem, após reunião com seu colega francês, Nicolas Sarkozy, que está otimista de que a Europa poderá assinar seu pacto fiscal no fim deste mês. Depois do encontro, os dois líderes se apresentaram como uma frente unida pelo euro. Merkel, porém, disse que a Grécia precisa concluir seu desconto (haircut) na dívida logo, ou não receberá o segundo pacote de ajuda.

Merkel voltou a prometer que o caso da Grécia, no qual o setor privado está participando do pacote de resgate, será único. Mas ressaltou que esse envolvimento é necessário para fazer o país entrar no caminho certo. No fim de semana, uma reportagem de um jornal alemão disse que o segundo pacote grego precisará ser maior que os 130 bilhões de euros planejados, por causa da piora em seus números orçamentários.

"Nós estamos conseguindo bons progressos sobre o pacto fiscal", disse Merkel após a reunião com o líder francês. "Existe uma boa chance de que nós sejamos capazes de assinar acordos sobre os limites para as dívidas em janeiro, no mais tardar em fevereiro", prometeu. O encontro marca o início da nova rodada na batalha para conter a crise da dívida soberana na zona do euro e ocorre um mês depois de todos os 27 países da União Europeia (UE), menos o Reino Unido, concordarem em discutir um novo tratado até março a fim de impor controles mais rígidos do orçamento.

A chanceler alemã deixou claro que, além das medidas de austeridade, o pacto precisa incluir ações para impulsionar o crescimento. E acrescentou que a intenção dos líderes europeus é de que nenhum membro precise deixar a zona do euro. "Con­solidar o euro é um objetivo am­­bicioso, mas factível", comentou. "Nós queremos salvar e dar suporte para o euro. Nós precisamos defender os compromissos e reduzir os déficits", complementou Sarkozy. O presidente francês voltou a afirmar que a situação na Europa é tensa e que os governos do continente nunca enfrentaram uma situação como esta antes.

Apesar das promessas, Merkel e Sarkozy não conseguiram inspirar um sentimento de alta nos mercados, e os principais índices das bolsas europeias fecharam em queda. Além disso, um dado pior que o esperado sobre a produção industrial alemã ajudou a desanimar os investidores. "Eu acho que o que os mercados estão esperando é por um pouco de liderança", afirmou Mike Lenhoff, estrategista-chefe do Brewin Dolphin. "Para ser honesto, não achava que o encontro mantido hoje [ontem] entre os dois líderes fosse dar muito para os mercados", ponderou ele. "Se até março eles conseguirem de fato concordar em um patamar muito específico que abrirá caminho para a integração fiscal, então acho que isso será de fato muito bom", disse Lenhoff.

Alemanha paga juro quase zero

Folhapress

Menos um sinal da pujança alemã e mais uma indicação sobre o nervosismo e a desconfiança dos mercados financeiros em relação ao bloco europeu. Pode ser vista des­­sa forma a inédita operação financeira registrada ontem, quando investidores compraram títulos de seis meses garantidos pelo governo alemão com rentabilidade pouco acima de zero e abaixo da inflação projetada.

Na prática, portanto, esses investidores "pagaram" para Berlim guardar seu dinheiro, numa demonstração clara da pouca fé que os habituais compradores de títulos soberanos andam depositando nas finanças dos demais países da região, também emissores de dívidas.

Com uma demanda de quase o dobro dos 3,9 bilhões de euros (quase R$ 9 bilhões) originalmente oferecidos pelo governo germânico, o leilão de ontem colocou o país no restrito clube da "rentabilidade negativa", junto com Holanda e Suíça.

Quando um país tem finanças sólidas, o Tesouro nacional consegue negociar juros menores na negociação com os habituais compradores de bônus soberanos. Mas, se uma nação está à beira do abismo, investidores so­­mente aceitam tomar os títulos oferecidos mediante a promessa de uma remuneração cada vez maior pelo governo emissor para compensar o tamanho do risco.

Efetivamente, a Alemanha tem exibido números mais robustos na comparação com seus pares, podendo exibir, por exemplo, uma taxa de desemprego (5,5%) que é quase a metade da taxa verificada para a zona do euro (10,3%) em novembro.

Além do leilão germânico, o Banco Central Europeu forneceu outro sinal claro do grau de cautela dos agentes financeiros: em vez de emprestar, os bancos novamente destinaram aos cofres dessa instituição um valor recorde de 463,5 bilhões de euros.

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