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A eleição para a presidência da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), marcada para 8 de agosto, terá bate-chapa. E são grandes as chances de que o governo estadual apoie algum dos candidatos, como já ocorreu nas últimas eleições.

Pela segunda vez em menos de dois meses, o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, publicou ontem o edital que abre o prazo de dez dias para a inscrição dos concorrentes. Segundo apurou a Gazeta do Povo, ao menos duas chapas devem participar do processo – a da situação, encabeçada pelo empresário Edson Campagnolo, e uma chapa da oposição, sem nome definido até o momento. Em dezembro, quando o primeiro edital foi publicado, a 6.ª Vara do Trabalho de Curitiba suspendeu a convocação, a pedido de sindicatos que discordavam da antecedência da chamada.

"Precipitação"

Sem citar nomes, Rocha Loures admite que a convocação precoce – geralmente o edital é publicado a um mês da eleição – busca "desencorajar" a candidatura de pessoas ligadas ao governo estadual. Trata-se de uma referência ao secretário de Estado de Indústria e Comércio, Ricardo Barros.

"Houve uma precipitação do processo eleitoral. Diante da possibilidade de existir um candidato ligado ao governo e que poderia usar a máquina, optamos pela publicação para desencorajar a atuação de atores externos à eleição", afirma o presidente. "Candidato ter cargo político é fator de constrangimento dos eleitores. Além disso, o candidato tem de ter autonomia e independência, até mesmo para eventuais críticas ao governo."

Independência

Diante das críticas, Barros devolveu a alfinetada dizendo concordar que o processo tem de ser independente – ao contrário do que, segundo ele, ocorreu em uma das eleições de Rocha Loures. "Na eleição retrasada, o atual presidente foi eleito pelo [então governador] Roberto Requião. A chapa foi constituída no gabinete de Requião. Além disso, a máquina da Fiep também é utilizada na campanha, já que a Federação repassa valores aos sindicatos filiados", diz. Barros é um dos atuais vice-presidentes da Fiep, e sua chapa, encabeçada pelo próprio Rocha Loures, foi eleita em 2007 ao derrotar a candidatura do oposicionista Álvaro Scheffer, que então contava com apoio declarado de Requião.

Para Barros, a convocação precoce das candidaturas "foi novamente equivocada", por expor a Federação a uma disputa mais "desgastante". "A ala descontente com o processo fez um esforço grande para seguir a tradição de convocação em julho, inclusive com o apoio de vários diretores próximos ao presidente", diz Barros. "Também fizemos uma proposta de conciliação. Diante da recusa, só nos resta montar uma chapa." Barros não descarta a possibilidade de ser candidato, mas afirma que outro cinco nomes também podem liderar a chapa de oposição.

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