Rio – Imagine a ferveção numa pista de Fórmula 1. Os pilotos correndo com seus carros nas pistas mais famosas do mundo, com transmissão ao vivo, repleta de câmeras com ângulos especiais e muitos lances de tirar o fôlego. Agora imagine que nada disso é real, mas apenas virtual. Acontece na internet. E a transmissão também é através da grande rede.

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Pois isso existe – e essa Fórmula 1 virtual acaba de iniciar um campeonato mundial online capitaneado por dois brasileiros, os irmãos Luciano e Marcelo Armaroli. É a ASRWC (Armaroli Sim-Racing World Cup), que reuniu no campeonato nada menos que 31 países para participar das corridas virtuais.

Segundo Luciano, que é formado em ciência da computação e tem mestrado em arte computacional e animação 3D na Savannah College of Art and Design, nos EUA, a coisa funciona assim: cada país tem quatro pilotos e um técnico. Eles baixam da web o jogo de F-1 em que a copa se baseia (R-Factor) e depois vão ao site da ASRWC baixar o carro para a corrida e as pistas personalizadas. Tudo desenhado por Luciano.

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Os carros são devidamente customizados com as cores e as bandeiras de cada país e as corridas são mensais, sempre num sábado. As pistas também são as mesmas. Os jogadores inscritos (a inscrição é gratuita) ficam sabendo previamente em que servidor se dará a corrida e, no dia e hora marcados, entram nele com sua senha. "Durante a semana, há treinos para ver que pilotos fazem os melhores tempos na pista", conta Luciano. "No dia da corrida acontecem, 15 minutos antes, as voltas de qualificação e com ela se definem as posições de largada [o próprio computador registra os tempos]."

Enquanto a turma corre no mundo virtual, no Brasil, num espaço especial que Luciano e Marcelo armaram com a ajuda dos patrocinadores – Intel, AOC e Logitech são os principais –, há a transmissão pela internet da corrida, com direito a narradores falando em português e inglês e uma fileira inteirinha de monitores com os diferentes ângulos de câmera da competição. Tem até ângulo de dentro do cockpit dos carros e os cortes são perfeitos, exatamente como na televisão. Aliás, é para lá que os irmãos Armaroli pensam em levar a idéia da transmissão da F-1 virtual, num segundo momento.

A coisa é tão detalhada que as próprias pistas e carros do game R-Factor são personalizadas com os anúncios dos patrocinadores. E cada país foi extremamente exigente na escolha de suas cores e símbolos para os possantes.

Luciano e Marcelo já acalentavam este sonho há algum tempo. Na verdade, tudo começou quando eles bolaram um simulador (Marcelo é piloto de automóveis e também de aviões, sabendo tudo de simuladores) chamado Armaroli Cockpit Virtual, com três telas montadas sobre um carro, que exibem em eventos de automóveis. "Criamos um carro com rodas de fibra junto com o simulador. Concluímos o projeto em 2004 e começamos a divulgá-lo em eventos como o Salão do Automóvel", diz Luciano.

A ASRWC terá como vencedor um dos países. O primeiro lugar receberá US$ 1 mil, o segundo, US$ 500 e o terceiro, US$ 300. No Brasil, diz Luciano, o principal piloto virtual será Leandro Schmidt, com larga experiência em corridas virtuais. Embora em tese qualquer um possa participar do torneio (para chegar aos quatro pilotos finais, competem entre si, em cada país, pelo menos uns dez), Luciano avisa que é preciso ter perícia para encarar uma simulação tão perto da realidade.

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Para dirigir na corrida, ele aconselha a compra de um kit da Logitech, com volante, pedais e force feedback da refrega. Sai por R$ 500. E o download do R-Factor custa US$ 40 (o do carro é gratuito). Uma boa placa de vídeo e muita memória são necessários. De uma ATI X850 para cima e 1 GB de RAM. Na internet, é preciso ter banda larga de 1 Mbps ou 600 Kbps – para deixar pelo menos 128 Kbps totalmente livres para o game.

O site da ASRWC (onde também serão vistas as transmissões) fica em www.asrwc.net e o do R-Factor, em www.rfactor.net.