Da esquerda para a direita: João Resende. Guilherme Alves, Gabriel Kallas, Márcio Placedino e Gustavo Mendes, no escritório da Toro Investimentos, em Belo Horizonte.| Foto: Divulgação

Na última quarta-feira (4), a Toro Investimentos lançou oficialmente seus planos para ser a primeira fintech a abrir uma corretora de valores do zero no Brasil, ou seja, ter a custódia e a gestão de sua carteira sem o suporte de bancos – outras empresas consideradas fintechs hoje e que atuam como corretoras não nasceram originalmente como tal.

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O salto da Toro foi possível depois do aval do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), dado no primeiro trimestre deste ano, e também graças ao aporte de R$ 46 milhões recebidos em troca de 25% de suas ações.

Em dólares, o montante de US$ 14,7 milhões recebido pela Toro é maior do que os aportes que os atuais unicórnios Nubank (U$ 14,3 milhões) e Robinhood (U$ 13 milhões) receberam lá atrás, em 2014, quando despontaram no setor – o que indica que a aposta do mercado e dos investidores na Toro é realmente alta, ressalta o sócio-fundador da fintech, Gabriel Kallas. 

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Desde 2010, quando foi fundada, a Toro diz ter obtido 1 milhão de cadastros e mais de R$ 100 bilhões em investimentos movimentados por meio de sua plataforma online. A empresa teria hoje mais de 3 milhões de acessos por mês em seu site. O que começou com foco total em educação financeira e tecnologia – a Toro diz ter sido uma das primeiras empresas a oferecer cursos gratuitos sobre finanças na internet –, migrou para uma vontade de transformar o setor financeiro. 

“A gente viu que não adiantava só educar; era preciso que a gente estivesse do lado das pessoas no momento da tomada de decisão. Em 2014, a gente criou uma plataforma na qual o cliente, além de aprender a investir, vendo o que era melhor para ele, conseguia realizar esse investimento com poucos cliques”, conta Kallas. Mais de R$ 100 bilhões foram movimentados pelos clientes da fintech por essa plataforma.

Em 2016, já com 200 funcionários e escritórios em Belo Horizonte e Rio de Janeiro, a Toro viu que, para atingir a missão da empresa que era fornecer a melhor experiência digital do mundo, seria necessário abrir a própria corretora. A entrada do processo para conseguir a autorização do BC para essa operação se deu no mês de agosto daquele ano.

Esse movimento também fez com que a empresa buscasse novos investimentos, porque sabia que passaria a competir com grandes players. Um dos investidores do aporte de R$ 46 milhões é o CEO da Localiza, Eugênio Mattar.

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Com o aporte, a Toro passou a se dedicar ao desenvolvimento da plataforma da corretora. Kallas diz que ainda não há uma data definida para a estreia, mas quem entra no site da Toro (http://www.toroinvestimentos.com.br/) hoje já pode se cadastrar para ser convidado à nova corretora logo que ela estrear. “A corretora para gente é só uma ferramenta. A gente continua sendo uma fintech de investimento, educação [financeira] continua sendo um valor principal para gente, mas a gente vai utilizar o fato da gente ter uma instituição financeira para reconstruir o mercado do chão, para poder repensar esses processos e, principalmente, a própria cultura que existe no mercado financeiro”, explica Kallas.

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Segundo ele, a Toro não pretende se limitar a um ou outro ativo. A ideia é oferecer um mix variado de opções, tudo com linguagem didática e o menor número de cliques possível, e sem cair no “erro” de outras fintechs de limitar a liberdade de escolha do usuário/investidor.

A comparação do aporte da Toro com os recebidos por unicórnios brasileiros não é à toa. As metas que a fintech estipulou daqui para frente são ousadas: ser a segunda corretora que mais cresce em número de novas contas abertas no Brasil até o fim de 2018; e alcançar 5 milhões de pessoas até 2022. 

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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