Denúncias contra o ator e comediante Bill Cosby foram estopim para movimento #MeToo, em 2015.| Foto: The World Affairs Council of Philadelphia/Wikipedia

O movimento #MeToo (#EuTambém, no Brasil) gerou 417 acusações de assédio sexual ou conduta indevida contra executivos e funcionários de empresas, mostra levantamento da consultoria Temin and Company.

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Os dados foram coletados em notícias publicadas desde dezembro de 2015, quando teve início o julgamento do comediante Bill Cosby por acusações de assédio sexual. Cosby foi condenado em abril deste ano. Para ser incluído na base de dados, o caso tinha que aparecer pelo menos sete vezes na mídia.

“Queríamos saber se o gatilho para as acusações tinha sido Bill Cosby ou, mais recentemente, Harvey Weinstein”, diz Davia Temin, presidente da Temin and Company.

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Weinstein é um produtor de filmes que, em outubro de 2017, foi acusado de assédio e abuso sexual por celebridades como Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow.

Temin identificou o caso de Weinstein como o principal fator para o aumento de acusações. Segundo ela, entre dezembro de 2015 e outubro de 2017, foram identificadas 38 queixas do tipo, dentro do normal, na comparação com o passado.

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Desde então, o número saltou para 417. “Foi muito significativo, tivemos uma força de trabalho focada nesse levantamento como nunca antes. Os casos foram aparecendo de maneira crescente”, afirma.

Do total de 417, pelo menos 190 foram demitidos ou forçados a pedir demissão. Temin diz que esse dado mostra que as empresas estão menos dispostas a desculpar comportamentos abusivos. Por isso, mais executivos e funcionários estão sendo demitidos, apesar de o número de acusações agora ter estabilizado.

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“As empresas não querem mais empurrar esses casos para baixo do tapete e deixar os abusadores dentro de seus quadros”, diz.

Existem ainda 153 pessoas que estão em uma espécie de limbo, aguardando o resultado das investigações. “É um número elevado. Algumas empresas não sabem exatamente o que fazer.”, diz.

Na falta de ação, muitos retornam aos quadros de funcionários. Em alguns casos, a empresa espera isso acontecer para, depois, demitir discretamente, segundo Temin.

Outros 68 casos foram desqualificados porque não foi possível provar as acusações. Em alguns episódios, a relação foi descrita como consensual. Mas Temin questiona a definição. “Alguns alegam que, mesmo que seja consensual, se há uma relação de poder entre chefe e funcionário, talvez não seja plenamente consensual”, afirma a executiva.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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