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Na quarta-feira (17), a bolsa de valores de São Paulo ultrapassou, pela primeira vez em sua história, o recorde dos 80 mil pontos. O Ibovespa fechou o dia com alta de 1,7%, a 81.189 pontos. Nesta quinta-feira (18), a história não se repetiu. Mesmo se mantendo acima dos 80 mil pontos, o Ibovespa recuou 0,28%. Como ler esse movimento? 

A maré boa da bolsa brasileira começou ainda em 2017 e, segundo os especialistas, vem ocorrendo por um conjunto de fatores externos (países mais ricos com inflação baixa e crescimento sustentável) e internos (economia em recuperação, ainda que em marcha lenta), apesar das dificuldades políticas do país. 

Embora entre os especialistas esteja claro que os recordes batidos pela bolsa estão longe de ser injustificados ou fruto de uma suposta bolha, nem todos têm a mesma visão sobre o que acontecerá daqui para frente.

Confira o que dizem sete especialistas sobre a bolsa brasileira:

Michael Viriato, coordenador do Centro de Finanças do Insper: 

“As pessoas dizem que o investidor brasileiro está eufórico, mas é o mundo que está eufórico. O Brasil não está subindo muito mais que as bolsas americanas. O mundo, em geral, está com baixa inflação, juros controlados, crescimento sustentável e lucros crescentes. O humor é justificado, mas isso não significa que o dever de casa não precisa mais ser feito. A bolsa brasileira poderia ter atingido esse patamar de 81 mil pontos muito antes, se as reformas tributárias e da Previdência tivessem avançado. 
O horizonte [para que a Bolsa continue subindo] é favorável, mas nunca sobe o tempo todo. Se a economia mundial escorregar, também vamos perder esse benefício que vem de fora.”

André Bona, educador financeiro do Blog de Valor: 

“As perspectivas para a bolsa continuam positivas devido ao fluxo global. Diferente do que muitos falam, o Ibovespa deverá continuar subindo em grande parte pelo cenário externo e não interno.”

Fernando Marcondes, Planejador Financeiro do Grupo GGR:

“O Ibovespa deve continuar na sua trajetória de recordes consecutivos, pois, além de ainda não estar corrigido em relação as perdas com a inflação, depois da crise que estamos saindo, as empresas tornaram-se muito mais eficientes. Assim, fica mais fácil passar por novas crises e isso traz credibilidade para o investidor estrangeiro, mesmo após o rebaixamento do Brasil. Enquanto uns comemoram o novo recorde nominal da bolsa, outros choram com o derretimento do bitcoin.”

Daniela Casabona, Assessora de Investimentos:

“Se compararmos o salto do preço médio das ações em outros momentos de recuperação ainda tem bastante espaço para o Ibovespa valorizar. Além disso, a queda da taxa de juros ajuda a fomentar a economia e consequentemente os investimentos nas empresas, o que impulsiona o seu crescimento. Outro fator é a expansão da economia de diversos países de forma sincronizada, junto a expectativa de valorização da commodities.”

Pedro Paulo Silveira, Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos:

“O Ibovespa deverá bater mais recordes em função de dois únicos motivos: Queda dos juros no Brasil e cenário global aquecido.”

Pedro Coelho Afonso, Chefe de Operações da Gradual Corretora:

“Eu acredito que não há motivo claro nenhum para a bolsa subir como está subindo. Ainda há muita incerteza política quanto a eleição e mais ainda, quanto a questão da reforma da previdência, que é essencial para a economia do país. Os indicadores demonstram uma melhora de cenário, mas nada que realmente fosse capaz de fazer a bolsa bater um novo recorde. Na minha visão continua sendo cada vez mais um momento de cautela.”

Vicente Koki, Analista-Chefe da DMI Group:

“Os investidores estrangeiros estão entrando na bolsa brasileira, mas é ano de volatilidade dos mercados, em função das reformas da previdência que precisam ser aprovadas e as eleições no final do ano. Teremos meses de incerteza pela frente.”

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