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Rio de Janeiro - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, defendeu a participação privada nas próximas centrais nucleares em estudo no país. O setor é hoje monopólio estatal, mas há estudos no governo sobre uma possível abertura para investidores particulares. Ontem, a Eletro­nuclear e a construtora Andrade Gutierrez assinaram o contrato para as obras civis da usina de Angra 3, retomando o projeto parado desde o final da década de 1970. O orçamento previsto é de R$ 8,1 bilhões.

"A obra de Angra 3 começa oficialmente hoje", comemorou o presidente da Eletronuclear, Othon Pinheiro, logo após a assinatura do contrato. Outros dois pacotes serão licitados ainda este ano, referentes à montagem da usina e à obras de contenção na central nuclear de Angra dos Reis. Os contratos estão sendo elaborados em conjunto com o Tribunal de Contas da União (TCU), para evitar contestações.

Com potência de 1,3 mil megawatts (MW), a usina entrará em operação em maio de 2015, segundo previsão da Eletronuclear. Até 2020, a em­­presa espera ter aprovado a tecnologia para depósito dos rejeitos nucleares, que prevê o armazenamento, por 500 anos, em cavernas preparadas especialmente para esse fim. O local, disse Pinheiro, será definido em leilão entre municípios interessados em receber compensações.

Locais

Lobão afirmou que o próximo passo é definir os locais para as duas novas centrais nucleares no país – uma no Nordeste e outra no Sudeste. Cada central receberá até seis usinas com potência estimada em 1 mil MW e investimentos da ordem de US$ 3 bilhões.

O ministro também disse que o governo estuda a possibilidade de alterar a lei para permitir a participação privada nos novos empreendimentos. "Pessoalmente, eu gosto da idéia. A Andrade Gutierrez, por exemplo, vai construir Angra 3 e poderia ter participação acionária", comentou.

A operação das usinas, porém, deverá ficar a cargo da Eletronuclear, mesmo em caso de abertura à participação privada. Lobão sugeriu que, entre 2030 e 2060, o Brasil construa uma usina nuclear por ano, usando suas grandes reservas de urânio para garantir o crescimento do país. "Em 2060, o Brasil terá 250 milhões de habitantes, com um consumo per capita muito superior ao atual. Todas as fontes de energia serão necessárias", argumentou.

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