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Loja de usados em Curitiba: vendas e preçosem queda são ameaça para pequenos comerciantes. Muitos tiveram de mudar o perfil para se adaptar ao mercado | Priscila Forone/Gazeta do Povo
Loja de usados em Curitiba: vendas e preçosem queda são ameaça para pequenos comerciantes. Muitos tiveram de mudar o perfil para se adaptar ao mercado| Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo

Para associação, a recuperação está chegando

O discurso da Assovepar, representante dos revendedores paranaenses, dá a entender que esses casos são extremos e não representam a realidade do segmento. De acordo com o presidente da associação, Lidacir Antônio Rigon, a recuperação do mercado começou logo nos primeiros meses do ano, e vem se sustentando. "De setembro a dezembro, as vendas dos nossos associados recuaram 40%. Com isso, a média mensal de vendas em 2008 ficou deprimida. E neste ano temos conseguido superar essa média a uma taxa de 4% a 5% ao mês", diz.

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  • Veja alguns exemplos de veículos com preços mais baixos

Seis meses depois de atingir o fundo do poço, o mercado brasileiro de carros seminovos e usados vem exibindo uma tímida recuperação, mas ainda se mantém distante dos patamares de 2008. En­­quanto as concessionárias de au­­tomóveis novos conseguiram ven­­der 4% mais no primeiro se­­mestre, graças à redução do Im­­posto sobre Produtos Industria­lizados (IPI), as revendedoras de usados ainda amargam uma queda de 10% no acumulado do ano – causada, em parte, pela concorrência dos modelos novos, que ficaram mais baratos. Não há da­­dos precisos sobre o mercado paranaense, mas seu comportamento provavelmente foi semelhante ao da média nacional, a julgar pelas avaliações de lojistas consultados pela Gazeta do Povo.

Números da Federação Nacio­nal da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostram que as medidas do governo para garantir o fôlego das montadoras intensificaram uma tendência observada há alguns anos: é cada vez maior a participação dos automóveis novos no total de veículos vendidos. Em junho de 2007, um em cada quatro carros negociados no país era zero quilômetro; em junho passado, a relação foi de um em cada três. Em outros termos, se há dois anos a venda de um automóvel novo representava a negociação pelo menos três usados, agora ela faz mudar de dono uma média de apenas dois veículos.

Para Ilídio Gonçalves dos San­tos, presidente da Fenauto, a federação dos revendedores de usados, o que falta é informação ao consumidor. "Se ele fizesse uma pesquisa, tenho certeza de que deixaria de comprar um carro zero básico, sem opcionais, e compraria um automóvel com dois anos de uso, mas mais confortável, equipado com ar condicionado, direção hi­­dráulica, trio elétrico. É que, como a propaganda das montadoras e concessionárias é muito forte, o consumidor vai direto comprar o zero, sem pesquisar."

Esse movimento, que em épocas de forte expansão econômica não tiraria o sono dos revendedores de usados, agora chega a ameaçar a sobrevivência de algumas lojas, principalmente as de pe­­queno porte. "O carro novo está muito barato. Vai comprar carro velho para quê?", questiona Paulo Ma­­chado, da Fio Auto­móveis. Sua lo­­ja, que fica no bairro Sítio Cercado, em Curitiba, não vende um carro sequer há dois meses. O dono de outra re­­vendedora, no bairro São Lou­renço, não quis nem falar so­­bre o assunto – desanimado, está acertando os últimos detalhes para fechar as portas.

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