A tecnologia da informação é uma das áreas de destaque entre as exportações de serviços paranaenses. Empresas estrangeiras terceirizam projetos, principalmente de desenvolvimento de software, não apenas em busca de menor custo, mas também de novas idéias. "Nas atividades criativas, profissionais de fora podem vir a ter idéias originais", explica Juliano Alves, diretor da desenvolvedora de jogos Oniria, de Londrina.
Segundo ele, as empresas européias são as que mais buscam games com qualidade e a preços mais baixos. O Brasil está se tornando uma de suas principais fontes. Em 2004, a Oniria entregou a uma empresa alemã o jogo "Die Pferdebande" ("Gangue dos Cavalos"), destinado a adolescentes, cujo resultado surpreendeu. "Ficou entre os dez mais vendidos na Alemanha", diz Alves, que prevê um crescimento de 15% no faturamento deste ano. O bom resultado do jogo no mercado externo é fundamental, porque a empresa recebe como pagamento um valor fixo e mais uma participação na receita gerada.
Mas, em geral, além de traduzir o software para a língua dos consumidores finais é preciso fazer outras adequações para a cultura ou a legislação do local. Essa é a especialidade de uma equipe de profissionais do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), que executa no estado o Programa de Apoio Tecnológico à Exportação, do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). Cerca de 300 micro e pequenas empresas receberam consultoria desde 2003. "Elas nos procuram para saber que adaptações precisam ser feitas em tecnologia para contemplar o mercado visado", explica o coordenador do projeto, Augusto Fayet. Entre as empresas estão desenvolvedoras de games e de programas para outros fins, como um rastreador de frota de veículos exportado para a Argentina.
De acordo com a assessoria de imprensa do MCT, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), também do Ministério, destinou R$ 3 milhões nos últimos dois anos aos projetos, e cerca de 60% das empresas atendidas alcançam o objetivo de exportar. (HC)
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